Capítulo 02

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Como esse livro é baseado em um sonho que eu tive, não encontrei um representante ideal para o Roberto. Mas acima está uma aproximação das características do personagem. Usem a imaginação!

Bia

- Você não olha por onde anda não?- Fico assustada com a forma que ele fala comigo.

- Me desculpa. Foi sem querer, você não precisa falar dessa forma!- Falo irritada.

Ele se aproxima de mim de forma intimidadora, me olhando nos olhos e com um sorriso sarcástico que definitivamente me irrita, mas que me deixa com a respiração acelerada e com o coração parecendo que vai sair pela minha boca.

- Eu falo da forma que eu bem quiser. Por mim, você não é bem vinda aqui!- Ele diz com o rosto tão próximo do meu, que sinto seu hálito entrar pela minha boca. E com um olhar que acredito ser raiva, mas por que?

Nesse momento Carmen reaparece me procurando e ao perceber a tensão entre nós olha com a cara fechada para o homem.

- Espero que você não esteja destratando a menina, Roberto! Porque se não, teremos um problema sério menino!- Ela diz com um olhar de reprovação que o faz recuar e olhar para ela.

- Que isso Carmencita! Estávamos apenas esclarecendo algumas coisinhas, não é mesmo "menina"?- Ele fala me encarando novamente com tom de deboche e saí andando deixando apenas eu e Carmen no corredor.

- Não liga para ele não. Ele é mau humorado com pessoas que não conhece, mas é um bom menino, logo vocês vão estar se dando bem.- Ela diz sorrindo para mim e me guiando novamente ao nosso destino.

- Pelo visto isso será algo bem difícil!- Digo revirando os olhos e ela abre uma porta dupla revelando as pessoas que me aguardavam na sala.

- Seja bem vinda querida!- Sr.Carlos diz se aproximando de mim e me guiando para apresentar todos os presentes.- Essa é minha esposa Helena.- Estendo minha mão e cumprimento uma senhora que mesmo com uma certa idade, uns 50 anos mais ou menos, apresenta uma beleza delicada que invejaria muitas por aí. - Esse é meu caçula, Patrick.- Um rapaz com um sorriso jovial no rosto se aproxima e me abraça animado, ele também é muito bonito e parece ter minha idade ou menos, talvez uns 15 anos.- E esse é meu primogênito, Roberto.- Encaro mais uma vez aquele homem alto e musculoso, que tem um jeito um tanto bruto de se comportar e meu semblante se fecha assim que ele se aproxima de mim e eu volto a olhar para o Sr. Carlos.

- Eu já tive a graça de conhece-lo.- Digo ríspida e todos percebem o tom irritado em minha voz e ele fica surpreso e sem graça com minhas palavras. Acho que ele não esperava essa minha reação na presença de todos. Coitado, deve estar acostumado com pessoas fingidas, e isso é uma coisa que não sou.- Quero deixar uma coisa bem clara, em momento algum pedi para vir para a casa de vocês.- Digo encarando todos bem séria.- E se minha presença é incômoda acho melhor eu voltar para minha casa. Lá eu não sou uma intrusa e posso me virar para me sustentar sem precisar passar por constrangimentos, eu já trabalhava para ajudar minha mãe, então isso não seria um problema para mim Sr. Carlos.- Termino olhando diretamente para o Sr. Carlos, que me olha admirado e confuso.

- O que aconteceu?- Ele pergunta encarando o filho com uma carranca.- O que você disse a ela, Roberto?- Ele interroga o filho com um tom irritado.

- Nada demais.- Ele diz ríspido e contínua.- Só falei o que penso dessa palhaça toda! Por que o senhor não simplesmente da uma mesada a ela ao invés de traze-la para cá?

- Seu moleque insolente!- Sr. Carlos diz visivelmente irritado.

- Filho não provoque o seu pai!- Helena diz se colocando entre os dois.

- Olha Sr. Calos, eu posso ficar muito bem na minha casa. O senhor não precisa se estressar com o seu filho por minha causa.- Digo tentando manter um diálogo saudável na sala.

- Está vendo! Você não precisa adota-la para ajudar ela!- Roberto diz revoltado.

- Já está decidido Beatrix! Você agora faz parte dessa família, o Roberto gostando ou não! E ele terá que respeitar você!- Sr. Carlos diz em alto e bom som, deixando a todos sem graça, Roberto bufa e saí da sala.

- Bem, acho que Beatrix deve estar cansada do dia corrido que teve. Carmen, pode acompanhar a menina ate o quarto que será dela a partir de hoje?- Helena diz com um sorriso simpático, que todos sabem que é para aliviar a tensão do ambiente.

-É claro! Me acompanhe menina.- Carmen diz me guiando.

- Boa noite.- Digo baixo me retirando do local.

Me sinto mal com o ocorrido. Não acho que mereço ter sido tratada daquele modo, não fiz nada contra aquele rapaz para ele sentir tanta raiva. Pelo visto morar aqui não vai ser tão fácil como pensei.

Carmen me guia pela casa até uma porta que ao abrir revela um quarto todo em tons de rosa, lilás e branco.

- Que coisa mais linda!- Digo totalmente admirada com a beleza do local.

- Que bom que gostou!- Ela diz sorrindo.- Não liga para as bobagens que o Roberto diz. Ele é um menino temperamental, mas você vai ver, logo vocês vão estar se dando bem.

- Você parece gostar muito dele.- Digo em tom de cumplicidade.

- Eu conheço esses meninos desde que nasceram, é como se fossem meus filhos.- Ela diz animada e eu sorrio.- Bem, suas malas já estão aqui. Agora descanse.

Nos despedimos e logo eu me encontrava sozinha nesse quarto novo, nessa casa nova, nessa vida nova.

Suspiro e começo a me organizar antes de dormir. Logo estou deitada me aconchegando entre os lençóis esperando o sono chegar, o que não demora muito e adormeço.

A IntrusaOnde histórias criam vida. Descubra agora