Dahyun abraçou os próprios joelhos, e revezava constantemente entre sorrir e chorar, pensando no que havia feito. Havia agora entrado no mundo obscuro de Hirai Momo, sem dúvidas. Mas não sabia se isso era bom ou ruim.
Enquanto isso, se encolhia com um pijama quentinho e um cobertor em cima dos ombros vendo televisão porque havia pego chuva na hora de voltar pra casa.
— Devia ter pego uma carona com a Sana, amor. — a sua mãe se sentou do seu lado e passou delicadamente a mão sobre sua testa. — Se você ficar gripada...?
— Eu vou ficar bem, omma... — a garota sorriu. Não havia coisa no mundo que ela amasse mais que sua mãe e Sana. Talvez ser trouxa.
Ela não queria que tivesse sido assim. Queria significar alguma coisa para a Hirai, queria que fosse bom, que fosse no seu tempo, não que elas simplesmente fizessem sexo em um jogo. Até porque Dahyun não se sentia pronta. Mas, como aqueles pensamentos lhe davam dor de cabeça, então resolveu apenas dormir, pois havia aula no dia seguinte.
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— Não acredito que você teve coragem de aparecer por aqui. — comentou Nayeon, assim que viu Dahyun passar pela porta da sala de aula. A mais nova estranhou, franzindo o cenho e colocando suas coisas em cima da carteira do início da fila.
— Como assim, Unnie? — perguntou a garota, voltando para perto da morena, que deu um passo para o lado, como se sentisse nojo. — Por que eu não viria?
— Você fala como se não soubesse.
— Mas eu não sei! — ela pisou forte no chão. Percebeu vários olhares sobre si, com a mesma expressão de Nayeon, e realmente não entendia o que estava acontecendo. Achava que seu único problema era ter transado com Momo tarde passada, mas agora sabia que estava longe de ser apenas isso, e ainda tinha de descobrir porquê.
Olhou de relance para a carteira na qual sentava normalmente. Rabiscos como "vadia" e "puta" lotavam a superfície lisa e branca da mesa. Dahyun arregalou os olhos. Mas antes que pudesse tirar qualquer conclusão, sentiu braços a puxarem pelos ombros e a enterrarem em um abraço.
Sana.
— Tofu... — ela disse, acariciando os cabelos da garota já em lágrimas, mesmo sem saber o que estava havendo. Sana a apertou nos braços. Pareceu chorar também. — Por que fez isso?
— Isso o quê, unnie? — gaguejou a morena.
— Você não sabe...? — perguntou a garota, engolindo a seco.
— Não...
— Postaram um vídeo no site da escola por uma fonte anônima, saeng. — Sana alcançou o celular e desbloqueou a tela, deslizando seu dedo por ela até mostrar o visor a Dahyun. — Um vídeo de você e a Momo. Transando.
Dahyun sentiu seu mundo ir direto ao chão.
Ingênua. Burra. Sua inocência a levou ao inferno.
Não podia aguentar. Não era tristeza, não era arrependimento. Era raiva. O que sentia era raiva. Vontade de arrancar os cabelos loiros da japonesa até o último fio com as próprias mãos.
Se soltou de Sana e, ignorando seus gritos atrás de si, foi até onde Momo estava.
— Então esse era seu plano, uhn? — exclamou ela. — Vinte minutos no paraíso seguidos da vida inteira no inferno?!
— Do que você está falando...? — Momo se virou para ela e riu, cínica. Dahyun iria explodir de ira em exatos cinco segundos se continuasse a olhar para o rosto da loira, então desviou o olhar por alguns segundos enquanto enterrava as unhas nas palmas das mãos.
Dahyun se preparou para acertar um soco em Hirai Momo. Mas pela segunda vez no dia foi salva pelo gongo, ou melhor, por Sana. A garota a puxou novamente pelos ombros e a tirou dali.
— Sana, eu... — começou Dahyun.
— Sh. Não fala nada, Tofu. — Sana suspirou e a levou para a arquibancada do colégio, no exato momento em que o sinal do final das aulas se fez ouvir. — Vamos ficar aqui até você esfriar a cabeça, certo?
A Kim concordou com a cabeça e suspirou, olhando para o chão. Sentiu o celular vibrar no bolso da mochila. Mensagens de sua mãe.
Eu vou sair pra trabalhar. Quando eu voltar quero você e suas coisas longe daqui. Não me interessa pra onde você vai.
Não quero vadias na minha casa.
E foi a gota d'água.
Dahyun começou a chorar desesperadamente. Caiu no colo da japonesa e passou a encharcar a sua saia com as lágrimas, soluçando.
— E-Eu...
— Tofu, fica calma. Tá? Ela vai voltar atrás.
— Voltar atrás? Voltar atrás? — Dahyun repetiu e negou com a cabeça. — Se eu pudesse, eu mesma voltava atrás e negado meu ingresso pro inferno na vida real.
— Pode ficar na minha casa. — Sana a ajeitou no colo, deitando a cabeça da mesma no peito. — Eu vou cuidar de você, saeng.
Dahyun engoliu a seco e concordou com a cabeça. Sabia que ia ser enxotada daqui para frente. Sabia que Momo estava acostumada a ser a vadia, mas a vadia boa. Sabia que com ela seria diferente. E sabia mais do que tudo que aquilo iria ser o seu pior pesadelo.
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baby girl ¡! dahmo
Fanfictionquando dahyun dizia que gostava da garota mais desejada do ensino médio, ela não imaginava que isso acabaria chegando aos ouvidos dela, e que de repente momo passasse a notar a mais nova de um jeito diferente. #2 - two shot. © jhopew