CHAPTER ONE.

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P/A: É bem provável que realmente há um propósito para cada um de nós, sim. No entanto, pode demorar algum tempo para que se alcançe tal objetivo, isto se na metade do caminho nenhum obstáculo surgir bem na sua frente, te pegando de surpresa.

...

Já era a segunda vez no dia, em que a minha mãe me perguntava se eu já tinha preenchido os formulários para as inscrições na faculdade, ou se eu já tinha verificado os e-mails na esperança de alguma reposta positiva, em relação às vagas de emprego que venho me inscrevendo a mando dela, mas eu mesmo não sei mais o que fazer, estou perdido em uma pequena e confusa versão de mim mesmo dentro da minha cabeça .

- Eu já disse que ainda não tenho nenhuma resposta okay?

- Eu sei, mas é sempre bom conferir, você é meio desligado e pode acabar deixando algum e-mail passar, não pare de mandar currículos Tae.

- Isso é chato sabia... Você fica me pressionando sendo que você mesma não está nem ai para nada.

Ouço minha mãe tagarelar alguma coisa e vou até a cozinha, pego uma garrafa d'água na geladeira, uma maçã em cima da mesa, checo minhas chaves no bolso, fones e celular. Tudo certo.

-Escuta aqui! Você vive com a cara no celular, dorme o dia todo, fica trancado naquele quarto, não vive, não tá nem ai para suas irmãs, não toma uma atitude mesmo vendo toda a nossa situação, e acha que pode falar assim comigo? Não! Não mesmo. E do que isso adianta hein? Me diz Taehyung?

Minha mãe estava repetindo todas aquelas palavras para tentar me atingir como sempre fazia quando eu  debatia contra ela, mas dessa vez ela iria contra argumentar sozinha, eu não iria me trancar no meu quarto, chorar ou gritar com ela de volta, porque isso só iria piorar meu estado psicológico.

- Você nem tenta entender o que está acontecendo comigo, como eu me sinto sabe... com toda essa situação, com você choramingando todo dia porque o Colton te largou, com as minhas irmãs no meio disso tudo, e em como é lidar com tudo isso e ainda descobrir que... - interrompo a mim mesmo antes de dizer qualquer coisa que vá piorar ainda mais essa conversa.

Dou uma olhada em minha volta, e definitivamente esse não é o cenário certo da minha vida em que digo a ela o que vem acontecendo comigo e como descobri tudo.

- Eu sei, eu sei Tae, me desculpa, eu  só... você só precisa ajudar a mamãe a melhorar e juro que irá ficar tudo bem novamente.

Quando me dei conta, minha mãe havia sentado no sofá com as mãos no rosto, chorando baixinho, pedindo perdão diversas vezes através de sussurros.

- Eu não consigo okay? Desculpa, mas não dá para te ajudar se você continuar desse modo, você é quem deveria ter me ajudado enquanto eu estava confuso e assustado, mas você preferiu estagnar sua vida ao lado dele e ver tudo isso virar uma bola de neve.

Olhei para o relógio na parede da cozinha que marcava 16:45 e suspirei.  Se eu não sair agora, eu provavelmente vou acabar trancado no quarto como de costume, depois de toda essa conversa tóxica, e isso não era nada bom considerando o meu estado esgotado. Dei uma pequena olhada na direção da minha mãe outra vez, disse que voltava antes das 19:00, fui até a porta e sai pela mesma.

Estava andando fazia uma meia  hora, enquanto ouvia uma música com uma leve batida eletrônica, quando notei uma biblioteca do outro lado da calçada.

-  Como nunca notei isso antes?!

Resolvi entrar, me deparando com o ambiente totalmente silencioso e praticamente vazio, havia um pequeno balcão com uma placa de "Faça seu cadastro aqui" e uma senhora que aparentava uns 50 anos atrás do mesmo.
Dei uma olhada na biblioteca e notei que haviam cinco corredores com prateleiras extensas e  uma grande variedade de livros preenchendo as mesmas.
Não havia quase ninguém ali, apenas duas jovens estudantes no corredor central, e por fim no corredor ao lado, no qual eu estava, um rapaz que aparentava ter minha idade. Primeiramente achei que talvez fosse algum aluno qualquer da escola, porém sabia que não era, eu não era tão popular ao ponto de conhecer todos os alunos que estudavam lá, mas seu rosto não me parecia nem um pouco familiar.
Observei por algum tempo o garoto que estava sentado no chão no fim do corredor, com alguns papéis em sua volta e um livro no colo, enquanto escrevia alguma coisa em um pequeno caderno até que ouvi alguém me chamar.

A senhora de meia idade que antes estava no balcão de entrada, me fez preencher uma ficha de "cadastro do leitor" e depois de toda a parte burocrática, eu iria poderia finalmente escolher um livro e me sentar em algum canto qualquer daquela biblioteca, portanto voltei ao corredor que eu estava antes, dedilhei alguns livros que me chamavam atenção e optei por um livro de capa amarela, que parecia ser um romance, achei interessante e resolvi dar uma olhada na sinopse, mas fui interrompido quando escutei uma voz desconhecida.

- Você não me parece ser muito um apreciador do gênero em que a mocinha é uma donzela pura e indefesa, e o cara é um babaca metido a Romeu.

O garoto o qual eu havia nomeado um desconhecido enigmático quando entrei ali, estava agora de pé a um pouco mais que um metro de distância ao meu lado.

- Bom, eu gosto bastante de romance... E nem todos os romances tem um babaca metido a Romeu como você disse.

Acabei decidindo que levaria o livro de qualquer forma, ainda mais depois desse curto debate, eu precisava descobrir se o personagem da história era realmente um cretino, ou se esse garoto era do tipo que tinha aversão a um bom e velho clichê.

- Sério? Desculpa estragar seu conto de fada, mas eu já li esse e não achei grande coisa, está mais para o mesmo clichê conflituoso e repetitivo de sempre. - o garoto revirou os olhos e me encarou

- Eu estava certo. - dei um sorriso presunçoso

- Sobre o que exatamente?

- Você tem aversão a clichê...

Ele riu.

- Qual seu nome?

- Hum... Taehyung, o meu mome é Kim Taehyung... esse é meu nome.

Ele riu de novo

- Você ficou nervoso...

-  Não fiquei não.

- Tudo bem então, acho que tenho que ir agora...

Eu apenas assenti, não fazia ideia do que dizer a ele... Eu devia me despedir? Perguntar seu nome? Permanecer quieto? Essa sim, me pareceu a melhor opção naquele momento.

- Tchau Taehyung...

- Tchau.

Ele havia guardado suas coisas e jogado a mochila no ombro direito de modo desleixado, caminhou até a metade do corredor e parou, se virou  para trás e me olhou.

- Só para o caso de você querer saber... Meu nome é Jeon Jungkook e terças e sextas são os dias...

Voltou a caminhar até o início do corredor e sumiu da minha vista, sem eu não ter tido a oportunidade de lhe dizer mais nada.

- Jungkook... e o que ele quis dizer com terças e sextas?

Senti meu bolso vibrar, peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem da minha mãe, olhei as horas e respirei fundo. Eu iria ter que voltar para casa.

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Espero que tenham gostado... peço que compartilhem se gostarem, senão gostarem compartilhem também kkkkkk
Essa fic surgiu com base em alguns acontecimentos pessoais, livros e filmes, então ao decorrer da história  (porque se tiver um bom feedback, eu irei escrever mais) irá ser comum vocês verem alguma situação/fala de  parecida com algo que já exista.
Enfim, espero que realmente gostem e comentem muito.

♡ Brunna M.

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2020 ⏰

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