Capítulo 2

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Afasto os lençois e sento - me na cama. Levo as mãos à cabeça. Ponho - me a olhar para as paredes do meu quarto. A sua simplicidade e brancura permitem-me imaginar um mundo totalmente diferente, onde a escuridão e os pesadelos não passam disso mesmo: imaginários, fictícios.
Percebo que estou toda suada e acho por bem ir tomar um banho. Esta noite foi demais. Pensando melhor, foi exatamente igual às outras todas, de há um mês para cá.
O mesmo sonho atormenta- me. Sempre que fecho os olhos, lá está ele, de pé, a olhar- me como se me quisesse tirar o pouco que me resta. Vivo sozinha com o meu gato preto há anos, nesta casa velha e apodrecida que viu os anos passar. Como vivo no meio da floresta, de dia ouço apenas os meus passos nas calhas de madeira e à noite, ouço as corujas e os murmurios do vento. Vivo constantemente com medo, que me consome como se fosse dele para sempre.
Mergulhada nestes pensamentos, nem me apercebo que já tinha molhado o chão da casa de banho todo e que estava praticamente encharcada. Que descuidada eu! Bem que a minha mãe me estava sempre a avisar: Cuidado Melissa, vais isto, vais aquilo.....enfim, tudo o que uma mãe chata nos pode enventualmente dizer. Sinto a falta dela, sabem? Sinto mesmo.
Ela era o meu apoio, o meu porto seguro, o meu refúgio, onde numa noite de tempestade poderia atracar.
Sempre me apoiou em todas as minhas decisões, mesmo algumas sendo mais arriscadas. Sempre foi tudo o que o meu pai não era.
Nunca tive grande relação com ele. Eu não o considerava sequer meu pai.
Ele era um bêbado, que se perdeu rapidamente nas ruas da amargura e degradação quando casou com a minha mãe. Nunca ligou à familía e esteve ainda metido em vários assassínios em massa. Sim, o meu pai era um Serial Killer. Não tenho memórias felizes dele, mas agora é tarde para refazer o passado. Tal como a minha mãe, foi levado pelo vento.
Limpo o chão rapidamente com um paninho roto e afundo- me na banheira. Aproveito para tentar descontrair e acabo por fechar os olhos.
Mas......

Meus queridos leitores ( ainda poucos, mas espero que mais pessoas leiam, nem que seja para me darem opinião e conselhos), peço desculpa pelo comprimento reduzido dos meus capítulos. Á medida que for escrevendo, irei alongá-los.
Bjocas

Dentro do pesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora