Just a ticket.

The Notice.

" E eu me apaixonei por você. " - Sex Pistols.

E com um simples bilhete minha história teve um inicio.

A dois anos meus pais sofreram um acidente que resultou na morte das pessoas que eu mais amei e amo nesta merda de vida. E acabei aqui, em um aeroporto indo para Los Angeles morar com meus tios por parte de mãe. Minha única família.

- VÔO 7895- EMBARQUE IMEDIATO PARA LOS ANGELES!

Chegou a hora. Já contei que tenho pavor de avião? Não? Então, eu tenho horror.

Entreguei a passagem pra aeromoça do portão e embarquei. Procurei meu assento e me ajeitei. Coloquei meus amados fones e botei no aleatório. A voz mais perfeita do mundo começou a sussurrar no meu ouvido. Chad Kroeger, Never Gonna Be Alone. A música que meus pais cantaram pra mim quando me formei. O destino só pode estar de brincadeira comigo. Rompi em lágrimas, não tive nem força para mudar a música e pra melhorar peguei o bilhete da Rafa, minha melhor amiga, que sempre esteve do meu lado.

· FLASHBACK *

- Lenaaaa, vamo fazer brigadeiro? – Pedi com os olhos brilhando.

- Aah Em, to tão cansada.

- Pufavoooor! Pufavorzinho!

- Tá bom! Mas só um pouco.

- EBAAAAA!

Sai correndo pela casa da Lena, até chegar a cozinha. Quando me deparei com Tia Sabrina chorando.

- Tia? Tá tudo bem?

Ela me olhou assustada, como se não esperasse ninguém aparecer naquela hora.

- T- tá s-sim Emma.- Tentou inutilmente limpar as lágrimas que não paravam de cair.

- Não é o que você ta demonstrando. O que houve tia?

- Em!! Que demora é essa pra achar um leite condensado menina? – Helena entrou na cozinha despreocupada, quando se deparou com a sena.

- Mãe? Mãe, o que houve? Alguma coisa aconteceu ao Papai? Lucas? – Lena correu em direção a mãe e disparou uma pergunta atrás da outra.

- Não minha filha, está tudo bem com seu pai e seu irmão. Não foi nada com a nossa família.

Quanto Tia Sabrina falou isso, me lembrei automaticamente dos meus pais, e da viagem de volta deles de Salvador de carro.

- T-tia foi alguma coisa com meus pais?

Ela não respondeu, só chorou mais.

- Por favor tia, me responde. – Entrei em desespero.

- E-em minha fi-filha, eu sinto muito.

- N-não, não pode ser. Não, não.

- Em, irmã, calma!

- Calma, Helena? Você ta me pedindo calma? Meus pais morreram, Lena. MORRERAM. Sabe o que isso significa? Que eu não posso mais ficar aqui, que meu mundo desabou, que o motivo pra viver acabou.

Cai no chão e comecei a chorar. Chorar não, soluçar. Meu pais! Não podia ser, eles me mandaram uma foto agora pouco. Eles estavam bem. Senti dois braços me abraçarem, e senti o perfume familiar da Lena. Foi ai que eu chorei mais. O que seria de mim agora? Pra onde eu iria? E o Cristopher como ficaria? Será que meus irmãos já sabiam? MEU IRMÃOS. Eu preciso falar com eles.

- Le-lena, por fa-favor, me da o celular. Preciso ligar pro Chris.

Ela me soltou e foi lá em cima pegar meu celular. Quando ela voltou, me entregou e quando iria digitar, o nome Chris apareceu na tela. Atendi.

- C-chris?

- Em! Cade você? O Caio ta com fome.

Ele ainda não sabia.

- To na Lena- Não aguentei, desabei.- C-chris, p-por favor, pe-pega o Caio na es-scola pra mim e vai pra casa, to indo pra lá.

- Em, ta tudo bem?

- Só faz o que eu to pedindo por favor?

- Ta bom, não demora.

- Ta bom. Beijo.

- Beijo mana.

- Ah Chris!?

- Oi!

- Eu te amo.

- Emma, você ta me assustando.

- Só diz que sente o mesmo Christopher, por favor.

- Eu também te amo mana, pro resto da vida.

Eu desliguei, não aguentei. Como eu ia contar isso para os meus irmãos?