Angely Sugar

11 1 1
                                    

"Nada" é uma palavra que poucos conhecem o seu real significado, assim como a palavra "solidão", que é sempre usada como algo meramente dramático. Porém, o verdadeiro "nada" e a verdadeira "solidão" se encontram em apenas um lugar: onde a pequena garotinha vagueia sem rumo e sem ninguém.

A pequena não sabia de onde viera, e nem o porquê de ter vindo. Ela não sabia de nada, nem ao menos um nome lhe havia sido dado. Tudo o que ela sabia é que não havia nada e que ela estava solitária.

A garota não sabia falar, não sabia andar e era um milagre que conseguisse respirar, mas, ela não precisava de nada disso.

Em suas costas, uma pequena quantidade de penas se estendia de dentro para fora, como as asas de um velho pássaro grisalho prestes à levantar vôo. Seus olhos lembravam vagamente o céu por onde cortava o caminho fazendo algumas cambalhotas rapidamente à procura de alguém. O cabelo dela parecia com o dourado sol que se punha naquela tarde de verão. Não havia nada que fosse mais belo que ela neste mundo.

Ela vôou por todo o mundo à procura de um semelhante. Conheceu várias espécies de animais e inúmeros espíritos, deuses das florestas, mas ela era solitária, pois sabia que nada do que vira era real. Todos os que ela havia conhecido eram meras ilusões de sua mente solitária. E a pequena sabia disso.

Anos se passaram, a anjinha não havia crescido um milímetro sequer. Suas asas estavam cansadas de tanto vagar e a sua mente começava à desistir. Não havia nada que pudesse ser feito. Mesmo não envelhecendo por fora, por dentro, estava cansada e triste demais para continuar. Cansava demais até mesmo o bater de seu coração só.

Ela tinha apenas um desejo. Um único. Um simples. Mas que jamais seria atendido.

-Eu queria um nome...-

Deitada no chão, com a respiração fraca e cheia de tristeza, de seu rosto uma pequena lágrima descia e caía na terra, assim, dando vida a uma flor dourada.

Contos SomenteOnde histórias criam vida. Descubra agora