O HOMEM DA MÁFIA [Retorna em Janeiro]

Capítulo 1

Sentado na cadeira do meu escritório, eu começo a relembrar toda a minha trajetória, tudo o que eu enfrentei para estar onde eu estou. Devo afirmar que minha história de vida não foi nada bonita. Até os meus onze nãos de idade eu fui criado pela minha mãe e avó na maior parte do tempo, meu pai na maioria do tempo estava ausente e mesmo criança eu achava aquilo um alivio, afinal ele era um pai abusivo, que se divertia ao ver sofrimento nos seus filhos. Eu sempre tentei defender minhas irmãs e minha mãe tentava me defender o que fazia dela seu maior saco de pancadas.

Eu não entendia o porquê da minha mãe ainda aceitar aquele homem em nossas vidas, mas quando completei onze anos eu descobri o motivo dela o temer tanto. Meu pai não era ninguém menos que Yurik Yvashkov, um dos capos mais cruéis de toda história da máfia russa. Eu entendi que mesmo que ela desejasse muito a única forma de fugir dele seria morrendo e ela não tiraria sua vida e deixaria aquele maníaco com seus filhos, nesse dia eu passei a admirar minha mãe, ela era um exemplo de mulher guerreira.

Mas no meso dia que eu descobri quem meu pai era, eu descobri também que ele era casado com uma mulher estéril e que ele desejava colocar seu herdeiro para comandar a máfia após ele. Foi assim que eu comecei a viver em uma mansão fria aonde todos me humilhavam por ser um filho bastardo, especialmente minha odiosa madrasta. Meu pai me humilhava ainda mais e exigia que eu conquistasse o respeito dentro da "família", ele não admitia erros e na iria aceitar que a máfia continuasse sem sua linhagem no comando. Ele mesmo me treinou para ser o mafioso perfeito.

Eu me cansei daquela situação humilhante rapidamente e jurei a mim mesmo que iria me tornar tão implacável que nenhum daqueles homens ousariam a me humilhar novamente. Com 15 anos eu já era temido por toda a "família" e apenas em ouvir meu nome a maioria dos homens tremia, minha reputação era tanta que me chamavam de deus e eu não podia estar mais orgulhoso de mim mesmo. Eu esfreguei na cara de todos aqueles que me humilharam do que eu era capaz.

Hoje meu pai está velho e cansado, sua saúde está instável e ele está prestes a me passar o comando da máfia. Eu não poderia estar mais feliz, afinal eu lutei por isso eu vivi por isso, fiz tudo o que tinha que fazer para preencher os requisitos para me tornar um capo. Só me restava uma coisa a fazer, eu deveria me casar. A idéia era um tanto irritante para mim, sim eu sei o quanto isso é necessário e eu vou faze isso, mas isso não quer dizer que eu me agrade da idéia de ter uma esposa. Não depois de Natasha.

Só de lembrar o nome da vadia meu sangue ferve de ódio. Natasha era filha de um dos membros da família e era belíssimo. Naquela época eu sabia que precisaria ser casado pra ser um capo, e como Natasha demonstrava tamanho interesse por mim e eu resolvi juntar o útil ao agradável e logo estávamos noivos. Nós dois tínhamos vinte anos e nos dávamos bem, no fundo eu a considerava uma grande amiga, mas para mim isso era o suficiente, porém não era para Natasha, ela arrumou um amante, um dos meus homens de confiança. Eu o matei na hora e Natasha só foi poupada porque estava grávida, e u tinha dúvidas se oi filho era meu ou não. A mantive presa até o nascimento da criança e após contatar que a menina era minha filha eu matei Natasha. Na máfia não existe espaço para traidores, mesmo se for a mulher que é mãe dos seus filhos. Hoje quinze anos depois eu tenho que lidar com uma adolescente rebelde que é a cara da mãe.