venus, o garoto poltergeist

Capítulo I

                                                                  I- bom dia senhor
Voce esta morto,PARABÉNS!
E aproveite sua estadia no hotel do inferno

  Essa é a historia de como eu morri.

Gostaria de dizer que foi algo natural como ir dormir e não acordar mais, ou sei la acidente de carro talvez?

Mas não,tinham que ser aquelas coisas que até então eu jurava que não existiam.

Sempre gostei de historias sobre fantasmas, sabe aquelas em que há um grupo de pessoas em uma casa ou floresta mal assombrada e em algum momento um integrante do grupo se distrai por um segundo e BOOOM da de cara com uma criatura fantasmagórica e se borra de medo?

  Desde pequeno meu avô me contara historias assim, sempre que eu o visitara em seu casarão nas férias de verão, sabe íamos até a cozinha preparávamos chocolate quente para mim e chá de boldo para vovô ( francamente quem gosta de boldo?) as vezes acho que o idoso  toma  boldo por que é tão amargo a ponto  com que faça que ele esqueça da amargura da vida.

   Bem Se acredito em fantasmas, ocorrências sobrenaturais e essa coisa toda? claro que não, mas Willian ( esse era nome de meu avô) sempre me dissera que eram reais, mas a historia os distorcia fazendo com que parecessem monstros sanguinários e desordeiros que só querem fazer mal as pobres pessoas que insistiam em ignora-los, segundo ele nem todos os fantasmas eram maus, assim como os vivos eles também poderiam ser bons.

  Não fui a casa de willian no verão passado pois meus pais estavam ocupados de mais com seu divorcio para prestar atenção em min e em Allice, ( aproposito Allice é minha irmã mais nova, um doce para qualquer outro membro da sociedade, mas um pé no saco para mim), mas esse ano resolvi fazer diferente iria ver vovô a qualquer custo, ele era minha pessoa predileta em todo o mundo, e afinal nada poderia dar errado eu já tinha 15 anos sabia muito bem como cuidar do meu próprio nariz, certo?.

ERRADO!

  E ah quem sou eu? Bem me chamo Venus( HÁ-HÁ-HÁ ele tem o nome de um planeta, vamos jogar tomates nele)

  Bem certamente encarava muitas piadas idiotas sobre meu nome, as vezes eu mesmo me zoava por isso, mas o que posso fazer se minha mãe gosta mais do sistema solar e de seus planetas do que de sua família? Gosta tanto a ponto de batizar seu primogênito com o nome do segundo planeta do sistema solar ( serio mãe ? )
Bem vejamos meu plano para ir a casa de vovô mas uma vez.
Logo depois de minha mãe  indagar um grandioso "NAO" pela decima vez, eu fingiria concordar com sua decisão  subiria para o quarto, esperaria todos da casa dormir então rastejaria de fininho pelas escadas  passaria pela sala de estar onde possivelmente pisaria no rabo de nosso gato de estimação ( deve estar pensando no por que eu  pisaria no animal, bem ai esta sua resposta, estaria escuro dã! Poderia  tropeçar até mesmo em meus próprios pés.)  enfim, chegaria até a cozinha e ai então abriria a porta  e por sua vez sairia majestosamente  de  lá montado em minha bicicleta até a  casa de Willian.
HAHA VOCÊ É UM GÊNIO VENUS, nada vai dar errado.
- Ei Pateta vamos logo o ultimo sinal ja vai tocar, e nao estou afim de  ficar aqui por muito mais tempo não!

disse Margaret

Ah ja ia me esquecendo era o ultimo  dia de aula, faltavam apenas 5 minutos para que eu pudesse enfim dar adeus a escola secundária de Santa Elena por Dois longos meses.( ah pra quem não  sabe Santa Elena fica no Colorado)
   E também Margaret era minha melhor amiga, conheço ela desde o fundamental, lembro-me como se fosse hoje, em seu primeiro dia Margaret estava usando um macacão jeans azul sabe naquele estilo jardineira com lindas tulipas bordadas nos bolsos, ah cara  considerei  Margaret uma menina incrivelmente fofa ate ela sentar-se do meu lado no recreio e roubar meu lanche,desde então usufruímos de uma bela amizade.
  — Ah tudo bem estou indo deixe-me só...
Deus quando me dei conta vi que havia  rabiscado uma folha inteira de caderno,  o que um dia era meu dever de matemática  agora tinha se tornado uma serie indecifrável  de rabiscos  e desenhos aleatórios, como crânios, fantasmas, símbolos estranhos  que não faziam sentido algum.( o que posso dizer ? Sou distraído e impaciente  me de uma esferográfica azul e uma folha de papel e  RÁ! Temos uma serie de rabiscos sem nexo algum em um instante!) 
— Anda logo garoto quer mofar aqui dentro?  Disse Margaret em tom de desprezo, Ah como ela é doce!
— Estou indo docinho, atiro em tom de deboche.

— Me chame de querida novamente e perca alguns dentes caro amigo.
( parece que Margaret estava mesmo falando serio dessa vez!)
— Sim senhora! Falo em tom apresado.
  Depois de catar todas as minhas tralhas  e coloca-las em minha mochila Margaret e eu seguimos em direção a porta.Com o imenso corte de gastos que o governo havia feito, nossa escola nao recebia verba o suficiente para se manter de pé, logo imagine uma escola com paredes descascadas e rabiscadas com todo o tipo de  canetinha ( as vezes usavam mais do que canetas pra rabiscar as coisas, mas bem essa parte podemos deixar pra lá )
Entretanto no geral a escola nao era um lugar tão ruim assim, só precisava de melhores cuidados.
Ja no portão principal despeso-me de Margaret e sigo em direção a minha casa, o caminho não era dos melhores, depois de 100 metros de asfalto  eu tinha de enfrentar  uma estrada de  terra batida totalmente esburacada, as vezes achava que minha bicicleta não suportaria o trajeto.
A  paisagem no geral era composta por  longos campos onde os fazendeiros das redondezas  criavam seu gado ( não  eu nao moro exatamente no campo, mas como a cidade é um tanto quanto pequena é  comum vermos vacas atravessando a faixa de pedestre)
Ao chegar em casa  deparo-me com minha irmã  brincando na varanda  com suas bonecas  sujas e repletas de tatuagens feitas com canetinha, como se fossem grandiosas estrelas do rock.
— Eai  All, disparo para minha irmã, logo antes de entrar em casa
— Oi  panaca, mamãe disse que tem panquecas no forno pra você, fala Allice apressada
bem minha casa não era nenhum palácio, mas posso dizer que era um tanto quanto aconchegante, possuía dois andares os quartos ficavam  na parte de cima e o restante dos cômodos em baixo. Sua pintura exterior era beje, como as demais casas da minha rua, ah ja ia esquecendo, todos os meus vizinhos  possuem  mais de 70 anos o que tornava a taxa de mortalidade do meu bairro bem alta pode-se por assim dizer.