NÃO GRITE COMIGO… Não faça isso. Não me chame de dramática, você não sabe o que eu sinto. Se algum dia, por obra do destino em algum mundo fictício, você chegar a ser eu… Saberá o que se passa pela minha mente, o que tem preso no meu coração. Mas, como sabemos que isso não chegará a acontecer, apenas escute, com atenção… Não faço drama, muito pelo contrario, eu guardo, tranco dentro de mim todos os meus monstros. Mas, as vezes, eles são maiores e mais fortes do que eu, e tentam sair. Eu tento me manter firme, os segurar dentro de mim, mas a luta que travo com meu interior é grande, e não saio ilesa. Saio com os cortes. Eles não são atos de drama, ou uma forma de chamar atenção. Na verdade, são oposto, são gritos que não posso soltar. Gritos silenciosos. Pedidos de socorro. Preciso de ajuda, para libertar meus monstros, mas não consigo pedir. Então eu corto. Não quero me matar, não sou corajosa o bastante. Apenas quero aliviar, gritar de algum jeito, quem sabe me distrair. A dor física e mais suportável que a psico-emocional. Mas nem sempre é mais forte… Olha, não espero que me entenda, ou que me ajude. Eu só quero que não me julgue, você não conhece meus monstros, não sabe o que eu passei pra chegar ate aqui, e não faz ideia do que vou passar pra continuar. Mas eu sei, e te confesso… Tenho muito medo.”
