Blood

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Estou em uma cidade fantasma . Não vejo ninguém pelas ruas desertas e abarrotadas de monstro de metal . Não lembro como eu vim parar aqui . Meu coração estava acelerada e meu corpo relaxado . Eu caminhei até o final da rua e olhei para os lados .

Nada

Onde eu estou ? Como vim parar aqui ?

A rua era coberta por labirintos e labirintos de carros . A rua era extensa e ampla . Papéis e jornais voavam pelo local e só se escuta o barulho do vento batendo nas laterais dos prédios

Levo minhas mãos para a cabeça e percebo que estou com minha arma em mãos e as mesmas estão sujas de sangue

Não me lembro de receber nenhum trabalho para matar alguém e mesmo que recebesse , não teria lógica estar no lugar em que estou

O governo foi corrompido a muitas eras e esse rompimento de poder levou ao caos total . Continentes foram massacrados , países foram saqueados e queimados . Pessoas se suicidavam , morriam queimadas ou fuziladas

Foi um caos total , porém ainda não me acostumei com essa deserção em certos setores da cidade

Meu pai me contou essa história quando eu tinha seis anos . Dez dias antes de ser levado pelos soldados do Império como queima de provas, dias depois voltaram a minha casa para estupraram e torturar minha mãe para dizer onde se localizava a base dos filhos da anarquia

Sem sucesso

Minha mãe morreu diante de meus olhos lenta e dolorosamente

Escuto um urro de dor ao longe . Giro meu corpo a tempo de ver um homem armado chutar uma menina no chão . Pude ver mais dois chegando ao seu lado , também armados

- Sua puta , devolva a porra da comida – pela maneira com que fala com a menina suponho ser um dos arrogantes generais do Império

- Eu não vou pedir novamente , vadia – suas palavras me faz querer enfiar uma bala bem onde o sol não ilumina

Peguei minha faca do meu sinto e engatilhei minha arma

Agachei pelos carros e andei o mais silenciosamente possível até um jipe branco perto deles

Um tiro foi escutado e um grito de dor logo em seguida

Trinquei o maxilar

Malditos

- A próxima vai ser na cabeça – ele da a volta por seu corpo e um sorriso presunçoso nasce ao escutar os gemidos reprimidos da garota

- Eu ..

- É uma puta – interrompeu ele revirando os olhos em desdem – já sabemos

Sua risada me da náuseas

Os soldados ao seu lado parecem se divertir com a cena

Eu já estava a alguns metros de distância dos três , quando subi em um carro e gritei

- Ei ! – Eles se viraram apontando a arma para mim – Não estão me reconhecendo ? – ergui uma sobrancelha impotente e cruzei os braços abaixo do peito

Seus olhos se arregalaram , porém logo em seguida ele gargalhou , sendo acompanhado pelos seus soldados

- Esse sangue em suas mão não me assusta , mercenária – disse ele com sua voz grossa e engasgada - Atirem !

Dei um salto para trás e me agachei perto da porta do carro em que eu estava em cima antes que a chuva de balas começasse

Nunca aprendem

Projeto 017Onde histórias criam vida. Descubra agora