Está deitada com a cabeça em meu colo, a tristeza ainda dominar seu olhar.
- Volto já. - Digo
Tiro meu casaco, enrolo-o, apoio cabeça de Cristina, coloco o revolver no bolso da calça sem que ela perceba, subo ao segundo andar, pego uma garrafa de água, quando me deparo com um espelho.
Como eu mudei, meus olhos verdes já não são como antes, emagreci, graças à minha ação de passar fome, fingindo que já comeu para que os suprimentos durem por mais tempo, apenas meu cabelo castanho em um topete bagunçado me lembra de como eu costumava ser.
- Está tudo bem, filho? - Diz meu pai saindo do quarto.
Meu pai sempre foi atencioso comigo, fato de eu ser filho único colabora muito com isso.
- Posso te contar uma coisa? Mas tem que manter em segredo. - Respondo.
- Prometo que sim.
Descemos para a sala de estar, relato o que aconteceu comigo e Cristina e não consigo deixar de perceber sua cara de choque. Ele me abraça e diz:
- Filho você fez certo. Mas por que você quer manter em segredo?
- Não quero que tratem-a diferente, como se ela fosse uma louca ou algo do tipo.
Meu pai balança a cabeça sinalizando que entende e arruma seu cabelo grisalho para trás com a mão.
- E você deixou ela sozinha com revolver no porão?
- Não. - Digo enquanto entrego-o arma.
- Vai dar tudo certo, filho. Tenho que ir fazer minha ronda.
Ele sobe para o quarto no segundo andar que fica de frente para rua, desço para o porão.
- Beba. - falo entregando a garrafa para Cris.
Cristina da alguns goles.
- Obriga...
Escuto fortes e desordenadas batidas na porta. Que não seja o que estou pensando! Que não seja o que estou pensando!
- Bestantes estam tentando invadir! - Meu pai do segundo andar.
Meu medo se concretizou.
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Vivendo Entre Os Mortos
AdventureCom a queda da sociedade e criaturas mortíferas donimandando a terra, Sam, literalmente, terá que viver entre os mortos.