Capítulo 1 - 1º de setembro de 1939

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    "Hoje, 01 de setembro de 1939, o governo Alemão invade a polônia - mesmo após a conferencia de Munique em setembro do ano passado, que aconteceu após a invasão da Tchecoslováquia por parte do governo de Hitler para anexar o território dos sudetos. Hitler deu sua palavra – nessa mesma conferência – a Líderes Ingleses e Franceses – de que encerraria o expansionismo alemão. Ao que tudo indica, foi declarada a segunda guerra mundial.
Nosso governo convoca os jovens com amor à pátria para honrarem seu país e cidadania nos campos de batalha."



Rosalie desligou o rádio, sentindo-se arrepiar.

_ Porque desligou?! – Edward esbravejou – Não podemos fugir da realidade, Rose.
_ Eu não concordo com esse tipo de coisa... Meu avô morreu na primeira guerra, em 1915 e bem, quando escuto noticiais como essas, pergunto-me quantos mais precisarão morrer para que a paz se instale de vez, para que entendam que não se resolve nada em um campo de batalha.
_ Ele escolheu seu futuro, amor – ele disse puxando-a contra si – ele escolheu morrer pela pátria, ser um herói.
_ Eu não vejo desse jeito – ela o encarou – ele morreu para defender causas e opiniões que não eram dele. Morreu deixando filhos que não viu crescer, uma mulher que amava... - ela respirou fundo - Pelo menos, dessa vez, estão deixando que os jovens façam a escolha, se querem ir ou não.
_ Bem, se lhe serve de consolo, muitos são como eu, e o consideram um verdadeiro herói.
_ Eu também o considero um herói, Ed. Mas, por ter sido o homem que foi, não por ter morrido em um campo de batalha – disse se aninhando nos braços de Edward, que preferiu não prolongar o assunto. Rosalie não se sentia bem falando sobre a morte do avô. Na verdade ela evitava qualquer assunto que envolvesse a palavra Guerra.

Alguns meses depois:

_ Amor, uma carta para você. É de Adam – disse colocando o envelope nas mãos de Edward que abriu rapidamente.

Leu com atenção e releu em seguida.


_ O que seu primo disse? – Rosalie se sentou ao seu lado.
_ Ele se alistou. Ele conta – muito animado – como tomou a decisão e como deseja honrar nossa pátria – disse fingindo uma indiferença que não conseguiu transpassar.
_ Não sei como ainda acreditam que matar pessoas pode honrar alguma coisa! – cuspiu as palavras.
_ Vocês mulheres não entendem muito disso – deu de ombros.
_ Vocês homens que pensam mais com o hormônio adrenalina que com o cérebro. Os líderes dos países decretam as guerras, mas, quem acaba indo para os campos de batalha são homens comuns, Edward. Nenhum deles morre com um tiro no peito ou destroçado. Nenhum dos que se dirigem para o campo de batalha provocou aquilo, eles só são convocados quando as merdas já estão feitas.
_ Não seja tão extremista, Rosalie. Eu mesmo já pensei em me alistar para essa guerra – dando de ombros mais uma vez.
_ Você não teria coragem de fazer isso comigo – ela o encarou.
_ Rose...
_ Por favor.
_ E se eu prometesse...
_ Você não poderia cumprir esse tipo de promessa – ela seguiu para cozinha – Você não percebe, não é?! Nossa vida já é difícil e com você em um campo de batalha eu não sei o que faria, Edward. Você sabe que eu ficaria louca, não sabe?
_ Relaxe, Rose. Eu só pensei. E por favor, pare com esse medo bobo, por mais longe que esteja, eu sempre ficarei aqui, do seu lado, em seu coração. Prometemos ser para sempre, se lembra?

Ela apenas sorriu, concordando com um sinal positivo com a cabeça, e cerrando os olhos para que as lágrimas não escapassem.

Me acorde quando setembro acabarOnde histórias criam vida. Descubra agora