Prólogo

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Mais uma longa batalha havia sido vencida por Thor, Loki, Caia e seus companheiros

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Mais uma longa batalha havia sido vencida por Thor, Loki, Caia e seus companheiros. Odin, para honrar seus guerreiros e filhos, decidiu dar uma grande festa. Thor e Sif estavam eufóricos, mas Caia só queria ter uma boa noite de descanso. Foi até seu quarto, tomou um longo banho e colocou um vestido elegante, mas ao mesmo tempo confortável para dormir. Arrumou-se na cama, pronta para mergulhar no mais profundo sono, quando alguém bateu em sua porta. Caia olhou para o teto amaldiçoando a pessoa que estava do lado de fora do cômodo. Foi em direção à porta e quando a abriu se deparou com um muro de músculos a esperando.

–O que você quer Thor? -perguntou arisca.

–Não acredito que vai fazer desfeita da bela festa que nosso pai está dando em nossa homenagem. – ele disse a olhando de cima a baixo.

-Estou cansada. –ela respirou fundo.

-Vamos! Vai ser divertido. –ele disse a encorajando.

–Eu tenho mesmo que ir? -perguntou dando uma breve olhada em sua cama.

–Sim! –ele respondeu sorrindo a puxando para fora do quarto indo em direção ao salão de festas.

Mesmo cansada ela conseguiu se divertir e depois de algumas doses de cerveja que Volstagg insistia que ela tomasse, começou a rir de todas as brigas que Thor e Loki tinham. Algumas horas depois o cansaço começou a dominar seu corpo, achou melhor voltar para o seu quarto antes que dormisse ali mesmo. Despediu-se de todos e levantou.

A cada passo que dava sua visão ficava embaçada. Achou que era efeito da bebida, mas quando virou no último corredor para seu quarto, viu que não era isso o que estava acontecendo. As paredes, que antes eram de mármore, estavam ficando cinza. Cada vez que piscava o lugar a sua volta mudava. Quando finalmente decidiu parar não estava mais em seu palácio em Asgard.

Caia se assustou quando olhou para trás e viu que o corredor parecia não ter fim, cheio de portas estreitas. Virou novamente para frente quando ouviu vozes. Foi em total silêncio na direção delas e parou perto da única porta iluminada. Analisou a sala com cuidado. Encolheu-se um pouco quando viu um homem de meia idade de costas para a porta, mexendo em alguns papéis em uma mesma. Ele parecia estar com pressa, pois guardava quase tudo em uma grande maleta. Sem nenhum aviso prévio, o homem virou-se para ela. Os dois se olharam por alguns segundos, mas quando Caia foi falar tudo ficou escuro.

Caia acordou ofegante, estava suando e não lembrava onde estava. Quando sua visão ficou com foco novamente viu que ainda era noite, estava deitada em sua cama. Não se lembrava de como havia parado ali, mas deduziu que tudo o que aconteceu foi somente um sonho. Levantou e foi ao banheiro lavar o rosto para ver se aquela sensação passava. Não adiantou muito, então ela decidiu ir para o jardim pegar um pouco de ar.

O palácio estava vazio, silencioso. Caia sentiu-se mais livre quando chegou ao jardim, o vento batendo em seu rosto a fez sentir melhor. Começou a ficar com frio e notou que estava descalça e com um vestido sem mangas.

-Caia? O que faz aqui? –ela se virou assustada, mas suspirou aliviada quando viu Fandral indo a sua direção.

-Eu não consegui dormir. –ele a olhou de cima a baixo e tirou sua própria capa.

-Está muito frio aqui fora. –ele disse colocando o pano em volta dela.

-Obrigada. –ela respondeu sem jeito.

Eles começaram a andar pelo jardim falando de assuntos aleatórios. Caia começou a contar sobre seu sonho, Fandral ouvia com atenção e não perdia nenhum detalhe. Eles deram varias voltas pelo jardim. O sono estava começando a voltar em Caia, então ela decidiu voltar para seu quarto.

-Acho melhor voltar. –ela disse tirando a capa de seus ombros e entregando a ele.

-Acho melhor eu ir também, já está quase amanhecendo. –ele respondeu.

-Boa noite Fandral. –ela disse lhe dando um beijo na bochecha. Ele ficou atônito e um pequeno sorriso se formou no seu rosto.

-Caia! –Fandral a chamou. Ela virou e ele a puxou pelo braço colando seus corpos. Caia assustou-se com a ação inesperada, mas ficou parada, tomada pela curiosidade. Fandral colocou a mão sobre seu rosto e selou seus lábios. Caia hesitou, mas logo entrou no ritmo de Fandral, colocando as mãos no pescoço dele. O tempo parecia ter parado a sua volta, mas tiveram que se separar quando o ar faltou. Testas coladas, lábios roçando, olhos fechados. Foi essa a posição que ficaram durante alguns minutos.

-Boa noite. –ele terminou, sorrindo, a frase que havia começado antes do beijo. Caia acompanhou o sorriso e voltou para o seu quarto.

...

Os dias se passavam e os encontros de Fandral e Caia ficavam mais frequentes, assim como os sonhos dela. Caia decidiu não comentar com mais ninguém sobre eles, mas a cada noite eles iam ficando mais reais. O que lhe aterrorizava agora era que depois que o homem a via ele a tocava no ombro. Nesse dia Caia acordou gritando. Fandral, que estava ao seu lado, assustou-se e tentou a ajudar.

-Calma. Ei eu estou aqui com você. –ele a colocou em seu colo e a abraçou acolhedoramente passando a mão calmamente pelos seus cabelos.

Ela fechou os olhos e se encolheu nos braços dele. Ficou naquela posição até sua respiração voltar ao normal.

-Eu tenho que falar com minha mãe. –ela disse sem se mexer.

-Ela vai saber o que fazer. –ele comentou ainda acariciando os cabelos dela.

Algumas horas se passaram e eles estavam do mesmo jeito. O sol já havia nascido. Caia se trocou e foi procurar pela mãe. Fandral, preocupado, foi com ela, mas assim que chegaram à porta da sala de cura, Caia pediu para que ele a deixasse.

-Mãe? –ela chamou procurando pelos quartos.

-Caia? O que houve querida? –ela perguntou preocupada.

-Preciso conversar com a senhora. –ela abaixou a cabeça.

-Me conte o que te perturba criança. –a mulher disse puxando Caia para se sentar com ela em um sofá.

-Às vezes eu tenho a sensação de que tem alguém me observando. Tenho sonhos estranhos, e tenho quase certeza de que são em Midgard. –ela olhou nos olhos da mãe em um pedido de ajuda.

-Sei exatamente o que está acontecendo querida. –Frigga olhou para ela calma. –Você é uma defensora.

-Como assim? –Caia ficou mais confusa.

-O que você sente é somente necessidade de ajudar aquele mundo ou uma pessoa de lá, mas as razões você terá que descobrir sozinha. –Caia finalmente ligou todos os pontos.

-Eu sonho com um homem em particular, ele parece estar preocupado.

-Então é isso o que você deve fazer. Ir até lá, descobrir quem é esse homem e ajuda-lo. Só assim o que está sentindo ira passar.

Caia suspirou aliviada, mas ainda tinha uma postura incomodada.

-Tem mais alguma coisa. –Frigga afirmou ao perceber os sinais da filha.

-Tem. –ela soltou o ar se sentindo culpada. –É o Fandral.

-O que houve minha filha? Vocês parecem tão felizes. –a mãe sorriu fraco.

-Ele me acalma, mas... –ela hesitou um pouco. –O único amor que eu sinto por ele é fraternal. Não consigo me apaixonar.

-Ah minha querida, você terá que dizer isso a ele. –Frigga passou a mão no rosto dela.

-Eu sei, mas não quero magoá-lo. –Caia abaixou a cabeça novamente.

-Será pior se for embora sem dizer nada. –Frigga colocou a mão sobre o ombro da filha. –E é melhor fazer isso logo, se chegar tarde seus sonhos e sensações estranhas irão piorar.

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