Capitulo 1 - O primeiro dia do resto da minha vida.

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Única coisa que tenho a declarar é que acho uma boa idéia escutar a música mencionada nesse capitulo no momento que começa a "tocar" na situação.
Por isso vou colocar " * " para marcar quando se deve iniciar a musica.
A musica é " The sweet Escape " da Gwen Stefani.
Bjos, espero que gostem.
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O celular desperta, acordo e fico um tempo na cama rezando para que pare de fazer barulho sozinho, não estou afim de levantar dessa cama quentinha, mas é claro que isso não acontece, então coloco meus pés no chão gelado e corro rapidamente até ele e o desligo, que alívio, mas infelizmente logo em seguida vem o choque de realidade, tenho que ir trabalhar, vou em direção ao banheiro e começo a rotina de sempre, uma água gelada no rosto deve me ajudar a despertar, escovo os dentes e logo desço para a cozinha, Sandra está tomado seu café no balcão, e ao mesmo tempo lendo um jornal, futura advogada, sempre está antenada, em tudo que acontece no mundo, principalmente no mundo da política.

- Bom dia Sandra ! -- dou um sorriso, e sinto que estou com o rosto inchado ainda .

- Bom dia Valentina ! -- ela me devolve o sorriso, mas logo o desfaz, e sua feição ganha uma aparência preocupada.

- Está tudo bem ? Você parece estar preocupada com algo...

- O de sempre, a política desse país me preocupa, e muito. -- seu tom é de indignação.

- É... a Amélie já saiu ? -- mudo de assunto antes que ela comesse um de seus discursos revolucionários.

- Não ainda está dormindo, chegou bem tarde ontem, estava na farra, provável que acorde de ressaca. -- Sandra sempre julgava mal esse tipo de atitude, ela era muito antiquada, seguia costumes de mulheres do século passado.

- Vou acorda-la, ela anda perdendo muitas aulas.-- disse indo em direção ás escadas .

-Ela acha que só porque se veste bem não precisa ir para as aulas do curso dela.

Na verdade Sandra estava errada, Amélie era filha de uma mulher que tinha várias lojas de roupas de grife espalhadas pela cidade, ela achava que não precisava estudar, porque sempre teve tudo que tinha vontade. Faz 7 meses que Amélie mora conosco, e ela mora nesse apartamento, pequeno e simples, porque há exatamente 7 meses e 2 dias, ela chegou em casa bêbada e provavelmente drogada também, tentou estacionar seu carro na garagem e acabou batendo repetidas vezes seu carro em outros dois, não sou muito boa com nomes de carros, mas eram de luxo, e pertenciam a sua mãe e seu irmão . Então sua mãe vendeu o lindo apartamento de Amélie e veio falar conosco sobre o quarto vago no nosso apartamento, aceitamos a proposta dela, e Amélie ficou com o terceiro quarto, ajudou bastante no aluguel, antes eu gastava a metade do meu salário só no aluguel, agora sobra mais um pouco, ainda não da para pagar a universidade, mas um dia a gente chega lá.
Entro no quarto de Amélie e logo a vejo jogada na cama, ainda com sapato de salto nos pés e um vestido preto apertado, essa menina não tem jeito, pulo em cima dela, e para a minha surpresa ela ainda demora um pouco para acordar, ela levanta a cabeça e olha para os lados, quando me vê deitada a sua esquerda, abre um sorriso .
- Graças a Deus é você, eu pensei que não tinha conseguido chegar em casa, odeio ficar sem carro.-- ela resmunga, o seu cabelo cobre seu rosto todo borrado de batom e rímel.
- Você sabe que hoje é quinta, e que você tem aula ? --pergunto em tom irônico, sei que ela não sabe que dia é hoje .
- Sei, eu já ia levantar.-- ela responde esfregando os olhos.
- Então vamos Mel, se não sua mãe vai te mandar pra algum apartamento daquele prédio velho ali na esquina, e não queira saber quem o dividiria com você. -- ela arregalou os olhos, e logo faz esforço para levantar, eu saio do quarto dela, e vou a caminho do meu, tenho que vestir meu uniforme.
Depois de vestir o uniforme , encontrei as meninas na cozinha, seguimos a fora em direção a universidade, logo chegamos em frente ao bistrô em que trabalho e me despeço delas , entro no café e olho direto para o relógio, doze minutos atrasada, olho para a gerente que me encara e olha para o relógio, logo balança a cabeça em negação, mulher chata, ignoro a sua reprovação e vou guardar minha bolsa em meu armário, começar a trabalhar é o que importa. Começo indo até o balcão pegar duas xícaras de cappuccino, com desenhos artísticos, um tem um coração e ou outro uma flor, como se esses executivos se importassem com isso, eles mal olham nos rostos de quem os servem, imagine reparar no desenho do café deles.

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