Enzo. Esse era o assunto que eu tanto evitava, elas sabiam que eu evitava porque não sabia se aquele menino era o certo, eu conversava com ele há 8 meses, não nos declarávamos nem nada, mas era uma conversa que um se preocupava com o outro, nós nos falávamos todos os dias, ele tinha 20 anos, 5 anos mais velho que eu, fazia faculdade de Engenharia Mecânica e trabalhava no estaleiro, mas com um problema, nascido e criado no Rio...ele morava longe demais, eu visitava meus irmãos uma vez por ano, mas isso é tempo demais, meu irmão vinha nos visitar uma vez por ano também, mas isso também é tempo demais...duas vezes no ano, essa seria a quantidade de vezes que eu o veria, tudo bem, tem uma probabilidade para que ele se muda para cá, mas é uma bem pequena .
-Vamos, Bianca Calazans Dutra...nos fale logo.-falava Vitória toda sorridente.
-Dutra Lima- falei corrigindo, fazia questão que falassem o meu Lima, afinal era o sobrenome da minha mãe: Maria Ivani Calazans Lima. Um nome que eu gostava de lembrar para nunca esquecer que devo orgulhar ela, honrar seu nome e trabalho.
-Tanto faz, fala logo- Vitória era um doce, pensei um pouco no que falar e soltei o verbo!
-Acho que...finalmente achei.-Bom, as meninas sabiam que eu nunca havia namorado, nem beijado ninguém e isso era bastante incomum no Brasil, no meu Estado, com a minha Idade. Elas sorriram alegres, havia prometido para mim mesma que só iria beijar a pessoa que achasse correta. E finalmente acho que a achei.
-Glória a Deus, né- Falou Duda rindo. -Ninguém aguentava mais fingir que tu já tinha beijado muito, viji Maria.
Ri da sua cara de pau e continuei a falar.
-Ele é fofo e super atencioso- Eu tinha escolhido esperar, não era por nada de igreja, acho que a última vez que fui em uma igreja foi com Duda porque ela frequenta a Batista e as vezes eu ia com ela por diversão- Ele até deu a senha da Netflix...e vocês sabem o que dizem né-Jesus, já estão aí????? Passada- Falou Vitória se acabando de rir e batendo palhinhas de felicidade para demonstrar bem que estava feliz.
Duda sorriu pra mim e me abraçou.
-Sabe quem ficaria muito orgulhosa? -Ela sorriu e eu entendi o recado, ficamos abraçadas enquanto Vitória ia pegar a pizza que (pausa pro Obaaaa) tinha acabado de chegar.
-Eu imagino que ela ficaria bem feliz mesmo, lembra que ela falava que se fossem arranjar um genro pra ela que ele prestasse, xingava a mãe de vocês por ter feito três meninas.
-A sua mãe é a minha mãe, Bia.-ela olhou pra mim cheia de lágrimas.-Você sabe, por um tempo me senti culpada por ela ter morrido, achava que a culpa era minha, mas pensa, Deus faz tudo certo ela realmente é a minha mãe, foi a que me fez junto com o abestalhado do meu pai, mas já ouviu o ditado mãe é quem cria? Exatamente.-Eu sorri e a abracei, bem forte. A mãe das meninas tinha morrido no parto de Duda, imagino que ela tenha se sentido culpada por anos. Vitória voltou com a pizza e atacamos ela inteira. I N T E I R A. Já disse inteira?
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Era a vez.
RomanceA história de uma garoto normal de 16 anos, Brasileira, Nordestina de Recife. Bianca sabia lidar com seus problemas muito bem, até conhecer Enzo. Amigo de seu irmão e cinco anos mais velho Enzo mexe com o coração da garota, a dificuldade é que a di...