80º CAPÍTULO

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POV Lauren

Eu continuava encarando a porta por onde as enfermeiras tinha levado Camila. Eu não conseguia admitir ficar longe dela. Eu queria ficar com ela para protegê-la e dar apoio a ela, mas esses imbecis do hospital e Demi me proibiram de ficar perto da minha namorada. Selena me entregou uma peça de roupa e eu fui até o banheiro enquanto ela fazia o cadastro de Camila e avisava meus sogros sobre o que estava acontecendo. Depois que me vesti eu sai para encontra-la. Sentei-me em uma das cadeiras da recepção e esperei que o doutor Velasquéz viesse falar comigo sobre o que estava acontecendo com a minha namorada e com o meu filho.

Em menos de vinte minutos que tínhamos chegado ao hospital e Selena tinha avisado meus sogros sobre o que estava acontecendo, eles chegaram. Sinu abraçou Selena e Alejandro me acolheu em seus braços. Eu comecei a chorar. Nos braços dele eu me sentia segura, protegida como sempre quis me sentir quando abraçava meu pai. Ele afagou meus cabelos e me permiti chorar. Eu estava com medo e desesperada. Pensar na possibilidade de perder meu bebê que ainda nem se formou direito e que alguma coisa pudesse acontecer com Camila já me deixava em estado de desespero.
Chorei por alguns minutos agarrada a camisa do meu sogro. Sinu me abraçou e eu não conseguia mais me controlar. Deixei que meu desespero, minha preocupação, meu medo tomassem conta de mim. Alejandro se sentou e me puxou para sentar ao seu lado. Abraçou-me e logo Selena se sentou ao meu lado que estava vago. Ficamos ali na sala de espera apenas aguardando noticias.

Duas horas de espera e o doutor Velasquéz apareceu. Ele vinha andando com as mãos dentro do jaleco e com uma cara de cansaço e tristeza. Ele parou na minha frente e eu me levantei em um solavanco. O encarei nos olhos e obtive a resposta que ele temia em falar. (NÃO! NÃO É POSSIVEL! MAS QUE MERDA! SERÁ QUE NADA? NADA MESMO! PODE DAR CERTO NA MINHA VIDA?).

Lauren: cadê a Camila e o meu filho? - perguntei sentindo as lágrimas brotarem nos meus olhos. Ele me encarou e me abraçou. Comecei a chorar e logo escutei choros desesperados atrás de mim. - Cadê ela? - perguntei. Ele me soltou e me encarou.

Dr. Velasquéz: não preciso dizer que... - parou de falar e olhou para os pais de Camila e as minhas "mães". - Camila sofreu um aborto espontâneo e agora está descansando. - disse e eu ouvi Sinu recomeçar a chorar. Olhei para o chão querendo sair correndo, pegar o carro e acertar com ele em cheio no poste mais próximo. - Lauren tudo bem com você? - perguntou. Neguei com a cabeça e Demi me abraçou por trás. Comecei a chorar copiosamente. Demi me soltou e o doutor Velasquéz me abraçou. - Não fique assim. A culpa não foi sua e muito menos dela. Essas coisas infelizmente acontecem devido a um milhão de fatores. É bem triste eu concordo, mas infelizmente era um risco que ela corria assim como outras grávidas correm. Ela precisa de você e precisa que você diga a ela que a ama e que não foi culpa dela. - disse no meu ouvido e eu assenti. - Vá até lá. - disse me soltando.

Eu chorei mais alguns segundos e ele me indicou o corredor que daria no quarto de Camila. Passei a mão no rosto limpando minhas lágrimas e engoli o choro. Virei-me para trás e olhei para Sinu e Alejandro. Eles me olharam com os olhos transbordando lágrimas. Sinu veio até mim e se jogou nos meus braços. Ela enterrou o rosto no meu pescoço e chorou. O doutor Velasquéz vendo nosso desespero e tristeza resolveu se explicar.

Dr. Velasquéz: bom. - disse atraindo nossa atenção. - Eu fiz tudo que podia, mas infelizmente não consegui. Camila chegou aqui com um forte sangramento e sentindo dores. Logo identifiquei que ela estava abortando e instrui a equipe para começarmos as manobras para evitar o aborto, porém infelizmente falhamos. Não sei o que aconteceu para ela sofrer esse aborto, mas infelizmente aconteceu. Peço desculpas a família e a você Lauren. - pediu e eu ouvi Alejandro dizer que ele não teve culpa. - Isso não é o fim do mundo. Às vezes acontece. Sei que não é fácil, mas vocês podem tentar novamente daqui algum tempo. - disse amigavelmente.

VIDA DE ESPORTISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora