46. Soneto de contrição

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(VARIAÇÕES)

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto. Que o meu peito me dói como em doença,
E quanto mais me seja a dor intensa,
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto,
Ante o mistério da amplidão suspensa,
Meu coração é uma vaga de acalante,
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma,
Nem melhor a presença que a saudade,
te amar é divino, e sentir calma...

É e uma calma tão feita de humildade,
Que tão mais te soubesse pertencida,
Menos seria eterno em tua vida.

Vínicius de Morais R.J 1968

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