C U R S E

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-Anda lá! Yoongi! Caramba! Nunca fazes nada a tempo! Nem de jeito!

O meu patrão, Namjoon, gritava comigo. Mas era habitual. Trabalhava num sitio de merda, num trabalho de merda com gente de merda. A minha vida era uma piada.

- Vê lá se não te atrasas para ver o futebol!

Eram as palavras que ouvia de alguém mais novo que eu a insultar me.

- Não te preocupes Jimin. Eu não o perco.

Farto do meu apartamento, decidi ir passar a noite numa casa abandonada à beira do meu apartamento. Nenhum louco faria isso. Mas eu estava farto da minha vida de qualquer maneira. Que tinha a perder? Também precisava de alguma adrenalina no meu sangue. E porque estava farto do meu apartamento? Porque o irritante do Jimin morava à minha beira. E era sexta feira. O que significa que vai aparecer alguém a mais e vai ser de arrasar (ação a dois). Estava completamente farto daquilo.
Entrei, tirei e atirei o casaco ao chão, desapertei a gravata vermelha com dificuldade, desabotoei a camisa e tirei os sapatos não querendo saber onde iriam parar.

Deitei me no sofá. Olhei para o meu telemóvel e, estranhamente, dentro daquela casa não havia rede. Mas também não precisava. Acendi velas que eram a única coisa presente que emitisse luz, para além do telemóvel. Reparei que aquela casa era maior do que parece e fui explorar.

Subi as escadas longas, muitas e em espiral, e encontrei dois corredores - estranho- um com uma luz no fundo e o outro sem luz alguma. Segui por esse. Era mais medonho, misterioso e isso intrigava me. Cada corredor tinha uma média de 6/7 portas.

À medida que me afastava das escadas, o chão, sobre o qual caminhava, produzia barulhos agudos e estranhos - a madeira range, provando que a casa é antiga.

Entrei por uma porta adentro e ouvi uns barulhos. Apontei a fonte de luz para o alvo mas eram só ratos. E assim confirmei que estava num quarto. Com brinquedos- o que me leva a crer é um quarto de criança.

Continuei a andar pelo corredor até uma marca que me fez assustar largar a minha fonte de luz, que por serem velas, assim que caíram se apagaram. Eu vi sangue na parede? Não, estava a alucinar. Só pode. Voltei a acende las mas quando me levantei, deparei me com uma figura humana, do sexo masculino. Mas por sinal era uma criança. Vestia uma camisa de noite pelos joelhos, coberta com uma substância vermelha, que provavelmente era sangue, e segurava um urso de peluche.

- Sai daqui ou coisas más irão acontecer...

- Q-quem és tu?- disse gaguejando. Pela primeira vez na vida senti um medo enorme.

- Sai! - ela grita.

- Quem és tu. O que aconteceu aqui? - perguntava desesperadamente -

Espera... Estarei a alucinar? - pergunte para mim mesmo e num ato de confirmação dei um estalo em mim mesmo. Não, parece que não estava a alucinar.

A criança tinha desaparecido e no lugar dela encontrava se agora um adolescente, que aparentava ter a minha idade.

- Ele já te disse para saíres daqui. Sai. Agora!

- C-certo.

Corri dali para fora com todas ad minhas forças só então me lembrei do assassinato da família Kim. Mas a família Kim só tinha uma criança. Então... Quem era o jovem? Então esta era a famosa casa do assassinato.

"Estou num local de um crime?" Pensei.

Continuei a correr mas parecia que o corredor crescia em comprimento cada vez mais. Foi quando vi que a meus pés já se encontravam as escadas. Rebolei por elas a baixo.

- Ahhhh. A minha cabeça! Ai! - queixava me.

Enquanto me queixava via as bonecas, que dantes não estavam ali, todas a mirar algo para mim. Eram agulhas. Ao comando da criança dispararam contra mim. Como tinha caído das escadas não me conseguia levantar.

- Ai! Parem! Parem! - gritava.

De repente o tal jovem, alto e cabelos escuros apareceu.

- Eu também cometi o mesmo erro que tu. Entrei nesta casa e nunca mais saí. Vai acontecer te a mesma coisa.

Com dificuldade, tentei sair dali. Mas devido às dores que estava a sentir naquele momento, foi impossível.

Vi, então uma arma branca erguida sobre mim. Não tive tempo para pensar. A lâmina passou, entrou e nunca mais saiu.

Fiquei então ali, imóvel e sem vida. Mais branco do que o que eu já era.

Tornei me assim, então, parte da maldição desta maldita casa.

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