A poesia do corpo

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  Conheci-o na escola nocturna, uma noite, olhei-o ao longe, quando saiu do seu belo carro azul. 

 Mais velho, bem vestido, parecia um galã. 

 Os seus olhos brilhavam no escuro, por momentos os nossos olhos cruzaram-se. Ele parou olhando-me fixamente. 

 Escondi-me sem me esconder, afastando-me um pouco da luz. Eu queria ver e também ser vista!

 Quem será? Que faz ali parado? Quanto tempo irá ficar a olhar-me? 

 Uns olhos anónimos, fixos, devastando o meu corpo, era desconfortavelmente excitante. 

 Tento puxar a reduzida mini saia para baixo, mas destapo mais do que tapo. 

Mas porque é que ele continua ali parado, olhando-me, sem se mexer? 

 Será professor? Pelo aspecto é o que parece. 

 Entretanto chega uma rapariga, também com uns livros, que o chama: - Fernando, espera por mim!

 Não consigo perceber a idade, parece jovem mas vestida de forma clássica, muito diferente de mim.

 Ele responde qualquer coisa que não entendo, mas percebo uma voz grave, sensual.

 Depois olha para mim, sorri e acena com os braços. Um pouco a medo, tímida, retribuo o aceno. 

 E ele, acompanhado e a conversar com aquela rapariga, que eu já detesto, afasta-se e entra na escola. 

Fico ali parada, ouvindo o seu riso à medida que se afasta. 

 Ajeito a minha roupa, parece que passou um furacão; a saia, um pouco mais para cima, ajeito a blusa, as mãos afagam os seios suavemente...e dirijo-me para a escola  

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⏰ Última atualização: Jun 16, 2016 ⏰

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