Senti o Sol no meu rosto, enquanto ouvia minha irmã no quarto ao lado arrastar a cama. Por que ela tinha que fazer isso tão cedo? Olhei no relógio ao lado da minha cama. 10h34min, tudo bem, talvez não fosse tão cedo.-É pra hoje peste. -Minha irmã bateu na minha porta, e eu bufei ao levantar.
-Vai se ferrar.
-Depois. Anda, a gente tem que ir para a casa da vovó. -Meus pais tinham feito panqueca, o cheiro estava invadindo meu quarto enquanto eu trocava de roupa. Minha irmã entrou no meu quarto, minhas calças estavam no meio das coxas.
-Eu to de cueca, caramba.
-Não tem muita coisa para mostrar. -Ela deitou na cama de lado e apoiou a cabeça na mão.
-Eu deveria levar roupa de banho?
-Eu estou levando. Ai você é muito lerdo, que saco. -Ela levantou e foi em direção ao meu armário e começou a pegar algumas roupas, pegou uma mochila e foi colocando-as. –Nossa você só tem roupa de gay.
-Eu sou gay idiota. –Revirei os olhos enquanto ela ria, senti-a pegando no meu pescoço.
-O que é isso? – Ela me empurrou até o espelho do meu banheiro. Uma marca roxa.
-Aah, isso.
- Você é uma puta. –Revirei os olhos.
-Me deixa em paz.
-Quem?
-Quem o que? Louca.
-Quem fez?
-Um garoto da escola. –Ela apertou a pele da minha barriga e saiu do banheiro rindo.
-Vocês vão descer ainda hoje?-Minha mãe gritou.
-Dá para você andar logo? Eu vou descer para comer.
-Vou com você. –Peguei uma roupa da pilha que ela tinha separado e desci junto com minha irmã. Eu puxei o cabelo dela, e recebi um tapa no rosto.
-Ouch, sua puta.
-OLHA A BOCA. –Meu pai gritou enquanto virava uma panqueca.
-A culpa foi dela.
-Você puxou meu cabelo. -Minha mãe riu e colocou panqueca no prato para nós dois.
-Filha, chegou uma carta para você. -Minha mãe tirou uma carta do bolso traseiro com o símbolo da Oxford. Os olhos da minha irmã brilharam, ela puxou a carta da mão da minha mãe e deu pulinhos. Comecei a comer minha panqueca, era muito egoísta desejar que ela não entrasse? O que eu faria nas noites de sexta-feira sem ela?
-EU ENTREI.
Droga.
-Parabéns querida. –Meus pais abraçaram-na, enquanto eu bebia o suco.
-É, parabéns.
-Não fique triste peste, agora você vai poder pegar meu quarto como disse que faria quando eu fosse embora.
-O seu quarto é melhor. –Sorri e continuei a comer, minha mãe saiu da cozinha dizendo que ia terminar de colocar as coisas no carro, meu pai lavava a louça e conversava animadamente com minha irmã sobre o apartamento que ela iria morar.
-Eu vou pegar minhas coisas. –Levantei e fui saindo da cozinha. Não acredito que ela tinha entrado, que merda. Desci as escadas com a mochila nas costas, entrei no carro e coloquei o fone. Minha irmã entrou no carro logo depois e tirou meu fone.
-Você está bem?
-Sim. –Coloquei os fones de novo. Ela revirou os olhos, talvez eu tenha sido grosso, mas foda-se, ela quem está indo embora e me deixando aqui sozinho. Passaram cerca de vinte minutos que estávamos viajando quando minha irmã tirou meus fones de novo.
-Você está assim por causa da faculdade?
-Ainda está pensando nisso?
-Eu não quero ir se isso for fazer você ficar assim. –Mas que caralho, eu vou ser sincero? Claro que não seu idiota, ela sonha em entrar nessa faculdade desde que tinha 15 anos.
-Eu vou ficar bem, você vai para a faculdade e eu vou te visitar sempre. Nossa relação não vai mudar, eu estou muito feliz por você. –Abracei-a meio sem jeito, sua mão foi até minha cabeça, e eu a encaixei entre seu pescoço como sempre fazia.
-Eu te amo. –Ela sussurrou no meu ouvido, e beijou meus cabelos em seguida.
-Eu também te amo. –Não chora, seguras essas lágrimas ai. Afastei-me, e pude ver pelo retrovisor meus pais sorrindo.
-Querem balas crianças. –Não somos mais crianças, mas nem eu e minha irmã negamos, sorrimos um para o outro, estiquei minha mão para pegar a bala.
Um barulho alto e uma dor intensa na minha cabeça. Foi assim que as vidas de meus pais acabaram em um mísero segundo. Tão rápido quanto se uma bala atravessasse a cabeça deles. Meu pai perdeu o controle do carro e bateu em caminhão. Meus olhos estavam fechados, e eu podia sentir o sangue indo para minha cabeça, não queria abrir os olhos, não podia abrir e ter a certeza de que tudo isso tinha acontecido. Enquanto meus olhos ficassem fechados eu poderia fingir que era um sonho, por isso não me movi, não chorei, não tentei sair do carro. Podia ouvir minha irmã gritando meu nome em meio ao choro.
-Acorda, por favor. -Ela puxou meu braço. -Não me deixa sozinha. Não morre, por favor.
Ela suplicava enquanto apertava meu braço forte, eu precisava acordar, precisava abrir os olhos e ajudá-la. Segurei a mão dela e soltei meu cinto, cai no teto do carro, que tinha capotado. Não fui corajoso o suficiente para olhar meus pais. Minha irmã chorava, e não conseguia tirar o cinto. Eu finalmente consegui abrir a porta do carro depois de dar alguns chutes, sai do carro mancando. Dei a volta e não consegui abrir a porta do lado da minha irmã.
-Eu não consigo tirar o cinto. -Eu mal consegui entender o que ela dizia.
-Protege o rosto. -Eu estava no automático, não pensava só agia. Soquei o vidro do carro, não foi muito difícil quebrar, já que estava trincado por causa da batida. Minha mão sangrava, peguei um pedaço e comecei a cortar o cinto. Instantes depois ele cedeu, eu a puxei para fora do carro.
-O papai e a mamãe. –Ela praticamente se arrastou até a porta da minha mãe. Eu vi a gasolina vazando do carro, e tomei a decisão mais difícil da minha vida. Puxei minha irmã pelo braço, ela tentou se soltar, e eu a peguei no colo. Estávamos a cerca de cinco metros do carro quando eu ouvi. Alto e ensurdecedor, o carro havia explodido. Eu tinha caído com minha irmã no colo, nós dois olhamos para trás. Eu podia ver a boca dela aberta, como se ela estivesse gritando, mas não ouvi nada depois da explosão. Lágrimas molhavam seu rosto misturando-se ao sangue. E tudo que eu pude fazer foi observar ela gritar e chorar. Estava anestesiado, não conseguia acreditar. Aquilo tinha que ser um pesadelo.
Meus pais tinham morrido.
***
Oii gente, essa fanfic terá duas autoras, somos melhores amigas, cú e calça mesmo. É o primeiro projeto que tivemos coragem de postar, e nós esperamos muito que vocês gostem, é de coração. Nas notas iniciais iremos colocar a música que nos inspirou ou que ouvimos enquanto escrevíamos o capítulo. Comentem seus sofrimento, angústias e felicidades, queremos saber o que vocês pensam. Se gostarem da fanfic, nos incentive a continuar clicando na estrelinha ali em baixo. Beijo na bunda de vocês, das suas amigas e confidentes Larry shippers.
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Wonderwall - L.S
FanfictionNegar a própria sexualidade é algo compreensível quando se passa a vida toda ouvindo do próprio pai homofóbico e fanático religioso, o quão desprezível é gostar de alguém do mesmo sexo. A única opção que resta para Louis é esconder o que ele sente...