Nós

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-Olá leõezinhos – acenei pra câmera enquanto sorria- me chamaram pra fazer um vídeo especial pra vocês – apontei o dedo pra câmera o mexendo como sempre fazia quando me referia aos meus inscritos. – Vocês sabem que o grandíssimo dia esta chegando. Aquele dia de presentear aquela pessoa que você ama, fazer um programa bem romântico por aí, ou simplesmente ficar em casa e curtir a companhia do seu parceiro ou parceira. É isso mesmo, esta chegando o famoso, célebre, ilustre, notável, renomado, afamado, consagrado, sublime, e por alguns odiados, DIA DOS NAMORADOS. – Gritei abrindo os braços – Enfim leõezinhos... Me pediram que pra comemorar esse dia eu fizesse um vídeo falando daquele nosso conhecido, o amor. – sorri fraco jogando meu cabelo loiro pro lado – Vocês que me acompanham tem um tempo devem saber o que eu acho de amor, ou pelo menos, achava. Bem, se você não sabe, eu vou explicar resumidamente aqui o meu pensamento de algum tempo atrás. Não é que eu não acreditasse em amor, não, de jeito nenhum. Eu só achava que tinham pessoas mais propensas a amar e ser amadas do que outras, e eu não era essa pessoa propensa sabe? Era bastante surreal pensar em estar com alguém que me transbordasse. Alguém que me entendesse, que compartilhasse todos os momentos, ou que, no mínimo, me fizesse sentir alguma coisa. Era como se eu pudesse ficar com todas as pessoas, mas eu não me sentia realmente apaixonada, nunca senti que amava, ou que era amada da maneira que eu queria ser amada. – Joguei o cabelo pro outro lado me ajeitando na cadeira – Sabe aquela frase de as vantagens de ser invisível: "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos."? Eu acredito nessa frase piamente desde que tudo aconteceu. Veja bem, eu nunca acreditei que eu merecia um amor épico. Por achar que esses tipos de amores só aconteciam em livros e filmes, eu inconscientemente comecei a achar que isso nunca aconteceria comigo, que de certo modo, eu não merecia esse amor. Mas surpresa – disse sorrindo e balançando as mãos – todos merecemos um amor épico em nossa vida.

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Como sempre eu estava atrasada para o evento que iria acontecer. O pior é que, dessa vez, a culpa não era minha. Tinha uma menina que iria comigo no carro alugado pela organização do evento, mas ela a estava atrasada tinha uns 30 minutos. Chequei meus pertences mais uma vez enquanto esperava a Cinderela.

Chaves? Ok

Celular? Ok

Carteira? Ok

Violão? Ok

-Só há você pra ir comigo? – escutei uma voz doce vinda do meu lado direito, uma mulher que aparentava ter uns, no máximo, 25 anos me perguntou sorrindo tímida. – Me descul

-Olha sem querer ser grossa – disse a cortando – Mas você já atrasou demais pra ficar de conversinha aqui você não acha?

-Wow – ela disse fechando a cara, parecia magoada, o que fez eu me arrepender do que tinha dito e como eu tinha dito, mas agora a merda já tinha sido jogada no ventilador e não tinha como voltar atrás - Se isso é você não querendo ser grossa, imagina quando tu quer ein

- É é, imagina – disse revirando os olhos. Ela já me acha grossa mesmo né, melhor ela me achar grossa se apressando - Será que da pra você imaginar do carro? – Perguntei apontando pra porta do hotel e ela subiu o olhar pra mim, eu não sabia muito bem o que aquele olhar dizia, mas eu tinha uma certeza: não era coisa boa.