O último batalhão ( Parte 1)

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O primeiro homem vestindo pesada cota de malha segurava já quase sem forças o gasto estandarte da família que ele representava. Atrás de si um grupo de dez cavaleiros o seguia sobre os lombos de seus cavalos.

A Batalha foi dura, mas eles saíram vitoriosos, só não contavam com um ataque surpresa perpetrado pelos remanescentes do exército inimigo, quando eles já estavam voltando para casa. O ataque ceifou a vida de boa parte da unidade dos cavaleiros, somente onze tiveram a sorte de ficarem vivos.

Agora sem suprimentos eles avançam pela estrada real, rezando para que nenhum outro bando os ataque.
Eles já haviam feito aquele trajeto, mas o certo era que haviam feito com um grande número de homens. Outrora havia comida e música. Hoje só a fome. Por todo o lado haviam Campos mortos, eles haviam sido queimados pelo exército que eles defendiam. Como esses onze homens lamentavam tal ação agora.
Vez por outra eles conseguem capturar algum pequeno animal que surgia pela estrada. A guerra haviam sido cruel mesmo com os animais. Todos os grandes já haviam sido abatidos.
Quem comandava os cavaleiros era Sir Sigmund, da casa Eliot. Cujo emblema era um Falcão amarelo em fundo negro.
Mesmo exaurido sir Sigmund fazia questão de que fosse levado adiante de si o estandarte de sua família.
Os homens caminhavam silenciosamente. Ainda haviam um longo percurso a ser traçado até terras seguras. E nenhum sabia se a fome permitiria que eles chegassem em seus lares.
Sigmund não permitiu que seus homens se arriscassem floresta adentro. Toda espada é preciosa quando se é atacado em uma estrada como está, dizia sir Sigmund. Mas também ele temia pela vida dos seus liderados. Pois haviam histórias sobre a região em que estavam. Sair da estrada seria um ato insensato até para pessoas famintas.
O valente senhor não falava com seus homens, mas desde que entraram nessas terras ele sentia uma funesta presença os rodeando.
Logo à frente, uma curva se apresentava. A floresta ao redor da estrada era densa. E não permitia que os viajantes vissem além.
- Fiquem alerta - Sir Sigmund falou.
Seus homens com suas últimas forças ficaram eretos nos lombos dos cavalos.

A estrada foi se ampliando diante dos homens e seus olhos quase não acreditavam no que eles estavam vendo.

Depois de tanta destruição eles contemplaram uma vila. Com casebres bem conservados. Mulheres com as bochechas coradas carregavam vasos com água e feixes de trigo até a área destinada a debulha  do grão.

As pessoas do povoado não não aparentavam ter percebido a presença dos débeis cavaleiros.

Sir Sigmund não encontrou palavras. Apenas ergueu sua mão enluvada como sinal de que seus homens deveriam esperar.

Após alguns minutos uma mulher viu os homens e lhes lançou um doce sorriso e alegremente foi aos saltos até uma grande fortificação que ficava no centro do povoado.

- Atenção homens! - Grunhiu Sir Sigmund. Preocupado com o que sairia da fortificação.

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Sangue e açoOnde histórias criam vida. Descubra agora