Prólogo

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Eu estava cansada. Cansada de tudo! Meus relacionamentos são um total fracasso, o garoto que eu amava mais que tudo só me fez sofrer e me usou como se fosse algo descartável... Minha melhor amiga na qual eu confiava tanto, argh, aquela... Não acredito que eles foram capazes de fazer isso comigo.

Minhas lágrimas de ódio e arrependimento se misturavam com as gotas de chuva conforme eu corria em direção a minha casa. Eu seria capaz de esquecer? Essa dor devastadora no meu peito iria passar? O que os levará a fazer isso? Eu estava cheia de perguntas que assombravam os meus pensamentos, e o pior... É que tinha medo de saber a resposta
Cheguei em casa correndo sem olhar para meus pais, ja sabia que eles estariam com a preocupação estampada em seus rostos

- Tata? - Arthur, meu irmãozinho de quatro anos veio correndo em minha direção e entrou na minha frente me fazendo parar - por que você tá chorando? - ele perguntou preocupado

- não é nada pequeno... - respondi tentando conter as lágrimas, mas elas rolavam pelo meu rosto involuntariamente - a... Tata tá dodói... Vai brincar que eu já venho - falei e tentei ao máximo sorrir para ele, porém, infelizmente eu consegui apenas um pequeno esboço do que um dia foi um sorriso.

Subi correndo às escadas em direção ao meu quarto, entrei no mesmo e fechei a porta trancando- a. Sozinha no meu " cantinho " eu me deixei levar, não segurei nada. Deitei na cama com a cabeça enterrada nos travesseiros, e minhas lagrimas quentes caiam molhando a fronha, mais eu não ligava... Naquele momento não ligava pra nada.

Não sei quanto tempo fiquei lá, não queria olhar o relógio do meu celular e ver a imagem do fundo de tela, ele abraçado comigo, beijando meu rosto enquanto eu sorria como uma criança que acabará de ganhar um caminhão de doces. Porém sabia que era tarde da noite, por mais que Cirit faça muito calor de dia, de madrugada o frio é imenso

Levantei parecendo um zumbi da cama, estava sem vontade de fazer nada e meu rosto estava com olheiras enormes... Achei que tomar um banho me ajudaria, e foi exatamente isso que eu fiz.

A água morna do chuveiro caia e escorria pela minha cabeça e minhas costas me dando uma sensação de paz, eu relaxei mais e consegui organizar alguns dos meus pensamentos na minha cabeça confusa e perdida. Eu não podia ficar em Círit. Tudo nessa cidade me lembrava dele... Se eu queria realmente esquecer, tinha que ir para outro lugar, por um tempo... Mais aonde iria? Que desculpa eu arrumaria a falar isso para os meus pais?

Pensa Ally... Pensa...

Uma lembrança do jornal de alguns dias atrás me fez ter uma ideia. Nosso reino entraria em clima de festa a partir de amanhã para comemorar o segundo aniversário da princesa Aimee.
A família real, os Schneiders, donos de uma genética simplesmente maravilhosa, iriam fazer um desfile para celebrar o aniversário da princesa mais nova da família... E esse desfile seria meu modo de ir para a capital, onde ficava o palácio.
Poderia dizer aos meus pais que não eu queria muito ver o desfile e depois dizer que queria estudar lá, assim eu teria o tempo suficiente para colocar a cabeça no lugar, me dedicar aos meus estudos, as minhas aulas de dança que eram uma das coisas que eu mais amava no mundo e quem sabe... Conseguir esquecer o que James e Cléo fizeram comigo

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