-Cat? Pode vir aqui por favor?- diz a minha mãe de lá de baixo.
-Fazer? Eu já vou. - grito para ela me ouvir bem já que às vezes parece ouvidos moucos.
-É importante Catarina!- grita de volta com voz de frustração.
Realmente não sei o que ela quer.. ando mesmo cansada, da escola principalmente. E ainda por cima aproxima-se a data de morte do meu pai o que ainda não superei por motivos óbvios.
Éramos uma família normal -pensava eu- quando tudo começou a desmoronar. Num dia de chuvoso, o meu pai chegou a casa todo enraivado, partindo tudo de cima pra frente nem reparando na minha presença. Vejo-o a pegar numa garrafa qualquer de álcool e beber tudo o que lá continha. Essa foi a primeira vez e a última que o vi a beber álcool e a parecer um autêntico bêbado nato.
Nessa altura tinha eu os meus 13 anos, completamente ingénua demais para perceber a terrível realidade que constantemente acontecia na minha não tão humilde casa.
O meu pai, Henriques Da Silva, não era o herói e o bom homem que eu sempre pensei que era. E foi nesse dia que levei o tal choque de realidade.
Vê-lo a bater cruelmente a minha mãe, como se fosse uma barata nojenta foi e sempre será a maior barbaridade que vi em toda a minha existência de vida.
Ainda me lembro das suas palavras..
" - Sua puta maldita, não passas de uma puta que só quer flores e chocolates, nem comer sabes fazer direito! Não sabes fazer nada sua vaca!- ouvi uma meu pai a falar assim pela primeira vez na minha vida.
O que lhe está a acontecer? Porque está a bater na mãe?
-Para pai, pai para! A mãe não fez nada!- digo tentando ajudar a acabar com isto tudo.
-Cala-te pirralha! Não te suporto mais também! Só queres coisas, és uma mimada!
Completamente chocada para dizer alguma coisa, só consigo ouvir o carro do meu pai a arrancar e de apenas abraçar carinhosamente minha mãe agressivamente magoada e de começarmos a chorar as duas horrorizadas demais.."
Passados dois longos dias, foi nos dada a notícia que o meu pai morreu num terrível acidente. Espetou-se contra um penhascos entrando apenas os destroços do carro e o corpo todo despedaçado.
A partir daí tudo foi diferente, tudo ficou quebrado. A perfeição e os contos de fada foram todos por água abaixo sem rasto de esperança.
(...)
Chego à cozinha, não á vendo em lugar nenhum vou comer umas bolachas. Passado cinco minutos digo, cansada de esperar:
-Mãe, já estou aqui! Onde estás?- não sei mesmo por sai do conforto dos meus cobertores.
-Estou aqui Cat!- diz ela quase num sufoco.
Viro-me e lá está ela, no outro lado da sala, com o total desconhecido do sexo masculino, talvez nos seus 45 anos, cabelos meios dourados e olhos profundamente castanhos e demasiado brilhantes, barba e um sorriso meigo nos lábios.
-Quem é esse?- digo, sentido o ar demasiado pesado.
-Cat, chegou a altura. Quero te apresentar o teu novo padrasto, sei que nunca pensarias que esta altura chegasse mas eu realmente tenho estado feliz com ele quero continuar a sê-lo, queria muito que aprovasses e conseguisses ser feliz também. Desculpa se não te contei mais cedo,so não te cheguei a contar mais cedo com medo da tua reação, que pela tua cara neste momento não vai ser das melhores..
Aqui está o primeiro capitulo oficial, vou recomeçar a história e tentar manter mais capítulos. Obrigada, comentem sobre o que acho e deixem a vossa estrela.
Stargirl ⚡️
