Victoria

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Era um mar de mãos, um campo negro, espalhando trevas para todos os lugares, meu medo sustentava esse maldito lugar. Em todas as madrugadas, o mesmo terror, a mesma angustia o mesmo... pesadelo. Me sinto indo para o inferno. Refletia todos os dias, Porque iria para esse lugar?

Ouço o despertador tocar, hora de ir para o colégio. Meu segundo pesadelo começou. Levantei da cama troquei de roupa e escovei os dentes,minha mãe novamente me perturbando para comer alguma coisa antes de ir para a aula.

Hora do café da manhã, odeio refeições com a família, mas fazer o que né.

-Bom dia, filha! (Disse minha mãe) Minha mãe é aquele tipo de mulher que adora moda, e obviamente odeia o jeito que me visto. Ela vive falando que tenho que deixar as roupas pretas de lado, e usar vestido com estampas floridas.

-Bom dia mãe. (Disse desanimadamente)

Peguei uma maça, porque não estava com fome, iria comer no caminho já estava atrasada. Minha mãe me xingou por só ter pegado uma maça, mas ela já sabe que não como para ir pro colégio.

-Mãe, estou indo tenho que encontrar Any. (Disse eu com pressa)

Ela não disse nada, então sai. Avistava Any virando a esquina.

- Oi, você esta com uma cara péssima. (Disse Any). Ela é minha melhor e única amiga, então confio nela para falar meus segredos.

-Tive pesadelos de novo.

-O mesmo com o mar de mãos?(Disse Any)

-Sempre é esse, me sinto presa lá, como se não pudesse sair, como se não pudesse respirar.

Quando cheguei no colégio todos estavam comentando de um aluno novo, dizendo que ele era tudo de bom, eu nem liguei, aquelas pessoas faziam fofoca de tudo mesmo. Andei calmamente até meu armário para pegar meus livros de química, quando fechei o armário dei de cara com um garoto alto,musculoso, dentes perfeitos e estilo motoqueiro, com aquelas jaquetas de couro, super descolado, previ ser o garoto novo, e pensei "uau, esse vai ser popular."

-Eai. (disse ele.)

Como assim?Um menino assim vindo falar comigo?Então, respondi gaguejando.

-E-eai.

-Meu nome é Peter Black. O seu é Victoria né?

Antes de responder pensei: Como ele sabe o meu nome?ignorei isso e tornei a responder.

-É sim, prazer Peter. Como sabe meu nome? Alguém te falou?

- Não, ninguém me falou, eu sempre soube. Tenho que ir, aula de álgebra agora, a gente se vê depois, falou.

- Tchau. A gente se vê.

Eu ia perguntar como assim ele sempre soube,mas infelizmente ele teve que ir. Que estranho, será que ele já me conhecia antes? Tive uma estranha sensação de deja-vu ao chegar perto dele, não sei parecia que já tinha o visto antes, alguma coisa nele me chamou atenção, mas não foi fisicamente. O mais estranho foi ele vir falar comigo, sou a excluída da escola, ninguém repara na minha existência.

Estava indo para a aula de química, nos corredores todos me encaravam, como se me odiassem, aprendi a não me importar. Passei a aula toda de química ouvindo música, no momento estava ouvindo Blasphemy da banda Bring me the horizon. Era a minha música favorita. Ela me deixava calma, me fazia pensar na vida, pensar o porque vou para o inferno, sem fazer mal a ninguém. Minha vida está uma droga, dormir agora é um desafio para mim, esses pesadelos não são normais, parecem ser reais, me sinto cada vez mais morta, mas é como se algo impedisse que isso acontecesse, impedindo que eu vá para o inferno, estou caminhando em um mar de mãos, afundando, afundando, mas quando eu afundo por completo acordo, como se algo me protegesse. O que seria isso?

NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora