- eu não consigo entender!! - ele elevou a voz batendo o punho na parede. Me Encolhi com o barulho.
- calma. As vezes ela já tinha cumprido seu dever aqui! - falei tentando me aproximar.
- mas eu tinha que vê -la! Conversar com ela!- ele disse raivoso. Sem perceber, me afastei alguns passos e parece que ele percebeu.
Baixou a cabeça e abriu as mãos. Seus músculos tensos e sua respiração acelerada.
- desculpe, eu não queria te assustar. - ele disse tentando parecer calmo, mas falhou. Criei coragem e me aproximei o abraçando. Ele evitava meus olhos.
Com todas as minhas forças, eu o apertei contra mim, e por momentos, não quis soltar nunca mais.
- eu sei que é difícil, mas vamos superar juntos, ok?- falei o olhando profundamente. Ele não disse nada, apenas me abraçou como eu tinha o abraçado.
Eu não senti dor, nem falta de ar, apenas segurança e proteção. Nao senti medo, mas um amor incontrolável.
-vamos dormir, amanhã resolvemos tudo.- eu disse. Andamos de mãos dadas até a cama, o anjo parecia que ia morrer se soltasse minha mão.
Nos deitamos, ele me abraçou e encostei a cabeça em seu peito.
Aquele parecia ser o único momento de paz em toda a minha vida. Mas como tudo dura pouco... eu comecei a pensar em tudo o que teria que fazer amanhã. Trabalho, se eu ainda tivesse um; cuidar do enterro de Dakota; buscar Loki na casa da Heloísa; comprar comida; pagar as contas, se eu tivesse dinheiro.
Problemas...
[...]
Abri os olhos de manhã, e o lugar ao meu lado estava vazio. A casa silenciosa, o som do despertador enchia toda a minha cabeça.
Coloquei o uniforme velho do trabalho, arrumei meu cabelo e apenas passei uma base pois minha olheiras denunciariam meu estado de nervos. Fui para a cozinha. Em cima da mesa tinha um bilhete:
"Fui procurar algo para ocupar a cabeça, de noite nos vemos! <3
Rafael :)"
Deixei o bilhete e só consegui pensar se ele estaria bem. De qualquer modo, preciso ir ao trabalho.
Depois de caminhar até lá, entrei pelos fundos, a cozinha estava movimentada.
-ola!- falei nao conhecendo a maioria das pessoas. Passei por elas, e fui até o balcão. Vi Heloísa de costas. Coloquei as mãos em seus olhos.
- nossa aqui mudou em!- falei rindo. Ela se virou em um pulo e me abraçou, rindo mais alto e escandalosamente do que eu.
- NATAAALIAAA!- ela gritou fino depois de se afastar.
- calma, sua doida! Sou só eu!- dei uma olhada nas mesas, e alguns clientes nos olhavam bravos e outros nos ignoravam. A olhei de novo.
- vai voltar?! Claro que vai!- ela disse.
- vou! Ainda precisam de mim? Parece que muitas coisas mudaram!- falei notando a estrutura do balcão e das mesas, a pintura tinha mudado, e talvez o piso. Não me lembro.
- eu preciso! Não entrou mais ninguém legal!- ela disse baixo, parecia com medo que alguém ouvisse.
- Heloísa! Mesa 6!- uma voz estridente chama a ruiva do balcão de pedidos. Encolhi os ombros e ela virou os olhos. Ri.
Como eu senti falta. De simplesmente tudo. Das risadas, dos clientes chatos, das gorjetas, de fazer bolinhos. Senti falta de tudo.
Kethellin foi levar o pedido e fiquei no caixa, já que parecia que ela fazia os dois.
- de volta, Senhorita Silva?- uma voz rouca chama minha atenção. Olho para trás e meu chefe me olha. Ele sorria com seus dentes perfeitos e olhos azuis.
- pronta pra outra!- falei com humor. Ele sorriu mais.
- soube de seu estado clínico, quando Heloísa me contou, fiz questão de cuidar de suas contas. Seu salário continua o mesmo! - ele disse se apoiando no balcão ao meu lado.
- muito, muito obrigada! O Senhor é muito gentil, nem sei como agradecer! Eu estou tão atolada em tarefas que nem sei por onde começar!- falei com sinceridade, acho que nunca vou poder retribuir.
- Me chame de Ian , por favor. Não precisa me pagar, você trouxe alegria para esse lugar! E isso me alegra! - senti sua mão tocar a minha e seu rosto ficar sério.- está tudo bem, mesmo?
- está. Foi apenas.... uma crise passageira. - falei. Minha mão parecia estar paralisada. Meus olhos grudados aos dele.
- conte comigo para o que precisar.- ele disse. Ficamos uns segundos em silêncio, e ele se afastou quando um funcionário o chamou.- tenho que ir, depois nos falamos!- ele disse gentil.
Por um momento, pareceu tão errado. Eu tinha o Rafael, e estava me deixando levar pelo meu chefe?
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OLAAAAA PESSOAAAASSS QUE PEDIRAM SEASON TWO!
Seus salada deixa os comentario aí tá ligado? Pq o bagui é doido memo!
Brubs
