Hold on now, baby

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"Potter,

Estou vendendo o apartamento.

Venha tirar suas tralhas até domingo de manhã

ou eu vou lançar Incendio em tudo."

A coruja chegou no sábado de manhã ao nascer do dia. Harry lutou para sair da cama para receber o pássaro e ela mordeu seu dedo enquanto pegava o pergaminho amarrado à sua perna. "Malfoy Imbecil", ele resmungou, deixando o passáro sair após o seu pagamento.

Releu a nota, inumeras vezes. Um momento depois, o pergaminho caiu no chão enquanto ele se arrastou para o chuveiro. Se fosse uma outra época ele teria dado risada do tom melodramatico de Draco ou da forma que ele fazia um rabinho na letra P, mas dessa vez as palavras giraram com uma a faca que cortava seu intestino durante meses.

Harry chegou à porta do apartamento uma hora mais tarde. Com a respiração forte, ele bateu na porta. Não houve resposta. Por instinto, ele pegou seu chaveiro, mas parou, seus dedos apertando em torno dele. Ele não tinha a chave. Não mais.

Ele olhou para o chão e deixou sua cabeça bater de volta contra a madeira.

Ele fechou os olhos e lembrou-se da última vez que tinha estado do outro lado da porta, de como ele gritou: "Você é um filho da puta", com a voz embargada com a falta de sono e exaustão emocional, como sua mão tinha alcançado em seu bolso e como ele olhou para o rosto embriagado de Draco. "Acho que não vou precisar mais disso", ele cuspiu. Com os dedos trêmulos, ele se atrapalhou com as chaves e as deixou cair. O tilintar do cair das chave no pequeno prato de barro ao lado da porta que ecoou na sala em silêncio, o som seguido apenas por Draco engolindo a saliva.

Harry evitou de um último olhar para Draco. Seu cabelo estava desgrenhado, seu hálito cheirando a alcool ou talvez algo mais forte. Sua camisa aberta estava mostrando um chupão abaixo de seu pomo-de-adão. Não tinha sido Harry que havia feito aquela marca. Draco olhou para a chave como se tivesse esperado isso o tempo todo e não tinha forças para fingir surpresa. E talvez fosse isso, um grande espetáculo para fazer Harry ir embora porque Draco não tinha coragem o suficiente para dizer que havia acabado.

O peito de Harry apertou de uma forma que ele pensou que não conseguiria nunca mais respirar. Ele correu para a porta, com medo de que se ele ficasse mais um pouco poderia começar a implorar por mentiras ou qualquer outra coisa que seu orgulho não permitiria. Se Draco tinha finalmente desistido deles, então Harry não lhe daria a chance de dizer em voz alta. Ele correu para rua e por várias quadras, correu para não permitir em pensar no que ele tinha acabado de fazer. No que ele tinha deixado para trás.

Os olhos de Harry se abriram com os passos de botas sobre piso de madeira, a dor das memórias coçava em sua pele.

- Oh, sim. Você não tem uma chave.

O sorriso de Draco era feio e cruel, ele andou até Harry, parando apenas quando as botas polidas colidiram com os tênis de Harry.

- Como eu poderia ter esquecido?

A mandíbula de Harry trincou, mas ele não mordeu a isca. Ele se afastou enquanto Draco balançava suas chaves muito mais do que o necessário.

- Eu espero não ter acordado você muito cedo. Eu sei o quanto você ama uma preguiça nos sábados.

O tom de Draco era leve, formal - uma brincadeira que não tinha mais significado para ninguém. Harry não se deixou enganar. Draco sabia como machucar, e sabia melhor como machucar Harry. Tinham passado muitas manhãs de sábado felizes esquecendo o mundo, desfrutando o simples ato de acariciar os corpos um dos outro. Houve um momento em que um sábado de manhã na cama com Draco foi o suficiente para não sairem dela o resto da semana.

sweetheart, what have you done to us? »  drarry one shotOnde histórias criam vida. Descubra agora