Só escrevo quando os gritos sucumbem os meus ouvidos e o sangue, coagula meu coração de tanta tremedeira e choro.
Uma crente gorda, no oriente médio tacando bombas em você, por conta do seu preconceito ideológico.
Uma filha sem andar e o amor daquela que já tentou se esvair da minha cabeça, mas as lembranças ainda tardam.
Uma mãe gritando as ordinarices da sua família e, o ódio contra os gays, não me deixam dormir sossegado e, defendo tanto, que pareço que, sou um.
Uma piada no youtube, que eu não posso rir por complexo de perseguição e preconceito junto com revolta porque ela não me quis.
E a melancolia que segue no meu bloco, tira o meu sangue com fervor e a pele sai, enquanto caio no chão, morto. - E com algodão no cu.
Aquela crente gorda do Oriente Médio, ri da minha cara e ora por mim ao som de bosta que ecoa a voz do Pr. Marco Feliciano.
E aquela mulher que eu sempre quis, não pôde ir ver minha desgraça e meus braços entrelaçados no peito, porque estava no hospital com a filha quase tetraplégica.
Essas linhas que canto e sangro, fazem-nas seguir com a vida, enquanto eu, estou morto por não ser aceito.
E os gritos ainda ecoam na minha mente mesmo eu sonhando em ser outro.
