Os dois homens entraram na taberna, e eles eram os donos do silêncio.
Quando eles pisaram na taberna, quase que instantaneamente, todos ali em volta se calaram. Aquele era o silêncio que antecedia a morte.
O primeiro homem, o mais alto, simplesmente acenou com a cabeça para o taberneiro, que silenciosamente passou para os fundos. Este homem portava uma longa espada em suas costas, uma espada que poucos se dignam à empunhar, e esta trazia o silêncio da morte. Era um homem corpulento e musculoso, e suas feições estavam escondidas pelo capuz.
O segundo homem era mais baixo, e apenas se movimentou para buscar uma mesa no canto do lugar. Este trazia uma arco em sua mão. Era um homem musculoso mas um pouco mais magro que o companheiro. Suas feições também estavam escondidas por um capuz.
Quando ambos se sentaram, eles deixaram suas armas à mostra. O arco esteva desencordoado, e a espada reluzia com um brilho azul em sua bainha. Estas eram as porteiras da morte.
O taberneiro chegou trazendo a comida dos homens. O mais alto depositou duas moedas na mesa, e o taberneiro as aceitou em com um aceno. Então, eles retiraram os capuzes, e a luz mostrou seus rostos.O mais alto tinha feições nórdicas e um cabelo preto, seu companheiro tinha feições sulistas e um cabelo cortado rente. Os dois comeram em silêncio, apenas focados em se preparar para o que estaria por vir.
Durante tudo isso a taberna se manteve em silêncio, todos olhando para o chão, imersos em seus próprios pensamentos, preparados para presenciarem a morte. Nenhum som foi ouvido naquele lugar, onde as pessoas eram testemunhas do fim.
Quando os dois homens terminaram a comida, o taberneiro recolheu os pratos e trocou palavras com os dois, mas oque ali foi dito, simplesmente foi perdido.
E então as vítimas se aproximaram pela estrada. Seis homens. Todos mercenários. E todos marcados para morrer.
O nórdico os viu pela janela à seu lado e fez um aceno para o sulista, que subiu para o segundo andar carregando seu arco.
Todos começavam a se agitar, preparando-se para oque iria acontecer, e como iriam desempenhar seus papéis ali.
E ali, permaneceu por um momento o silêncio. Até que os mercenários pisaram na taberna e o som voltou a reinar no local.
A atividade que passou as acontecer na taberna era quase estonteante, todos passaram a rir, à fazerem lutas amistosas, brindarem entre si e fazerem brincadeiras. Mesmo o taberneiro estava agitado, indo de um lado para a o outro, entregando cervejas e pratos de comida, rindo enquanto os homens faziam piadas e se mostravam bêbados até cair. Tudo aquilo era falso, visto o antigo estado do lugar. As garçonetes iam de um lado para o outro para serem paparicadas pelos homens, que recebiam um chamado raivoso de suas esposas, e todos ao lado passavam à rir. Mas, havia um homem em quieto, este era aquele que portava o silêncio.
Os mercenários entraram rindo e pareceram ficar cada vez mais felizes com o que viam ali. O homem que os liderava era alto e portava uma espada em sua cintura, e não tinha medo de mostrá-la. Os outros cinco sorriam e demonstravam alegria à todos em volta. Tinham alturas e portes variados, três deles portavam espadas, os outros traziam arcos em suas costas.
-Taberneiro! Uma mesa para seis!- Acenou o líder para o dono do estabelecimento.
-É pra já senhor, só um instante.
E continuaram ali em pé, aguardando. Alguns encaravam as moças e sorriam presunçosamente, outros sorriam enquanto aguardavam, apenas aguardando com uma paz quase impensável. Apenas o líder se mostrava cético.