Capítulo 14

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    No mês seguinte, Maira retornou às aulas. Poderia levar uma vida quase normal, desde que evitasse doenças que pudessem levar à infecções. O sistema imunológico poderia não aguentar.

No trabalho Bia se esforçava em seu novo cargo, apesar de ser de menor importancia. Agora ela poderia enfim, ver a importancia das pequenas coisas.

Nika mudara de emprego. Achou que seria a medida mais correta.

A saudade das filhas machucava o coração de Bia... E a falta de notícias de Allan.

Quando Maira estava no sexto mês de gestação, uma surpresa fez com que o coração de Bia quase parasse.

Ao chegar em casa, viu que as filhas a esperavam na sala.

Há um mês Maira entrara em contato com elas por telefone e durante esse período elas se falavam constantemente.

Bia não mais se sentia culpada por seu romance com Nika. Se soubesse que ela e sua filha eram namoradas, jamais teria se aproximado.

Mas o que havia entre as duas agora ela sabia que havia sido uma consequencia e não a causa da separação de Nika e Maisa.

O oitavo mês chegara.

Maira pediu às irmãs para ver o pai. Mas Bia achava que ainda não estava pronta para ver Allan. Preferiu que o reencontro fosse enquanto ela estivesse no trabalho.

Para surpresa de Maira, o pai estava calmo e disse que não guardava nenhum rancor dela. E quando as feridas cicatrizassem um pouco mais, estaria pronto para ver Bia também.

E Bia já havia sido comunicada que após o nascimento da criança, Maira sairia de casa. Queria que sua mãe tivesse uma vida normal ao lado de Nika. Porém, seria melhor se ela não estivesse lá.

No início do nono mês de gestação, O AZT, medicamento preventivo, foi administrado em Maira mãe, com antecedência, para que ela não perdesse a chance de receber o remédio em caso de parto inesperado, que poderia ocorrer em um hospital que não tivesse o medicamento.
E ocorrendo no hospital em que Maira fazia o pré-natal, seria novamente administrada pela veia, três a quatro horas antes do parto, para reduzir a probabilidade de transmissão da mãe para a criança, que já sabiam ser um menino
O filho de Maira também receberia o AZT logo depois do parto e a medicação deveria ser mantida durante as seis primeiras semanas, período em que é impossível saber se a criança nascera infectado ou não, já que toda criança nasce com anticorpos da mãe.

Então, só alguns meses depois é que daria para saber com certeza se esses anticorpos haviam sumido do corpo da criança, garantindo assim que ela não fora infectada.

E no inicio do mês de fevereiro o filho de Maira nasceu. Todos os cuidados foram tomados para evitar a sua contaminação.

E após seis meses, foi que os anticorpos haviam desaparecido.

Maira comunicou à mãe que iria trabalhar. Bia preocupou-se com seu neto. Com quem ele ficaria.

E ficou pasma quando Maira disse que iria morar com uma namorada.

O apoio da mãe e de uma colega da faculdade havia a feito ter forças para seguir em frente.

E esse apoio, esse companheirismo, com o tempo se transformou em amor.

Aline, sua namorada, sabia de sua condição de soropositiva. Devido à gravidez de Maira, elas ainda não haviam tido nenhum contato sexual e procurariam um médico especialista que pudesse as orientar no assunto.

Enfim, depois de uma vida repleta de sofrimentos, Bia parecia começar a trilhar o caminho para a felicidade.

BIA & NIKA(LGBTQ)Onde histórias criam vida. Descubra agora