Anemone

Era 2:00 da madrugada, 2-D perdera o sono de repente, sentindo um medo que o obrigou a levantar. “O que aconteceu?” Ele pensou desorientado. Não havia nada ali, apenas sua bagunça de sempre. Talvez alguma coisa tenha caído no chão e feito algum som estranho, que lembrasse alguém entrando no quarto. Não, não era isso...  Era apenas um pesadelo. Estava aliviado por não se lembrar de nada, mas havia algo que vinha aos poucos em sua mente. Um mero som, um grito, um apelo. De quem era? Precisava saber... Colocou as duas mãos sobre o rosto e tentou se concentrar, logo escutando nitidamente o som ecoar como se estivesse ao seu lado...

               “2-D! SOCORRO!”

               Ele retirou as mãos do rosto, ofegante e assustado. Era Noodle que havia gritado. Ela havia saído para dar uma volta de bicicleta umas 20h da noite, mas com certeza já teria voltado. Preocupado, pegou uma camiseta e um short no chão e o colocou, logo saiu do quarto correndo em direção ao quarto da menina. Bateu na porta devagar e a abriu, torcendo para que ela esteja deitada na cama, enroscada nos edredons como um casulo, parecendo uma doce boneca, como ela sempre faz. Isso sempre tira um grande sorriso dele, e era isso que ele precisava agora.

               - Noodle... Está aí? – 2-D disse bem baixinho, não querendo acordá-la.

               Seu coração parou por um instante, ela não estava lá. Ela não voltou para casa.

               - NOODLE! NOODLE! – Ele saiu gritando pelos corredores, descendo as escadas correndo desesperadamente, ignorando alguns degraus, quase pulando sobre eles. Murloc quase arrombou a porta de seu quarto para saber o que estava acontecendo.

               - O QUE DEU EM VOCÊ SEU BASTARDO? – Murdoc berrou – SEU FILHO DA MÃE! VOLTE AQUI!

               - ONDE ESTÁ A NOODLE? – 2-D berrou.

               - NO QUARTO DELA! ONDE MAIS?

               - NÃO ELA AINDA NÃO VOLTOU!

               - SABE LÁ DEMÔNIOS ONDE ELA POSSA ESTAR! DEVE TER PARADO PARA JOGAR VIDEO GAME OU COISA PARECIDA!

               - ÀS DUAS HORAS DA MANHÃ NA RUA?

               Murdoc parou de gritar e começou a pensar.

               - Chamamos o Russel?

               - AH TÁBOM! VAMOS CHAMAR AQUELE TITÃ PRA CORRER NA RUA CONOSCO! ELE ESTÁ VEGETANDO EM CIMA DO TELHADO!

               O rabugento e ranzinza homem começou a ficar preocupado. A única pessoa que ele consegue ter um pingo de respeito e zelo é a pequena garotinha. Ele fechou a porta do quarto e saiu vestido com qualquer coisa que achou no armário e por milagre desceu as escadas correndo para procura-la. Não poderia estar na casa, se não ela já teria aparecido. 2-D sugeriu ir à rua e rodar o quarteirão, com certeza não poderia ter ido muito longe com aquela bicicleta caindo aos pedaços. Ao abrir a porta de casa, se depararam com um frio desgraçado, junto com uma ventania bem forte, indicando que corria um grande risco de começar uma tempestade em plena madrugada.

               - Ninguém merece - Murdoc resmungou e logo berrou o nome da jovem, ecoando por toda a parte. O rapaz de cabelos azuis saiu correndo na frente dele e fez o mesmo. Correram de uma ponta a outra da rua, mas não receberam nenhuma resposta, não havia nenhuma alma viva lá, e aos poucos o coração de 2-D se apertava cada vez mais. Milhões de possibilidades surgiam em sua mente, lhe causando angústia e preocupação.