Capítulo 5

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O sol pôs-se e eu afastei a minha mão da mão do Cameron. Eu não queria criar expectativas.. Não queria ficar desiludida, pois desilusões já tinha que chegue.  O Cameron olhou-me nos olhos e perguntou-me:

- Passa-se alguma coisa?

- Não... - respondi, mentindo.

- Vá lá, Amy! Eu sei que se passa algo! Podemos não nos conhecer à muito... Mas eu sei que tu não estás bem!

Eu baixei a cabeça e limitei-me a fitar as folhas que estavam no chão... Será que se eu lhe contasse como era a minha vida lá em casa, ele afastava-se?? Se eu lhe contasse que o meu pai era um bêbado e sempre que chega a casa nunca está em condições... Se eu lhe contasse as milhentas discussões que a minha mãe tem com o meu pai e vice-versa e que algumas delas resultavam em agressão.. Se eu lhe contasse que quando era mais nova o meu pai agrediu-me que até tive que ir para o hospital de urgência... A minha vida não era boa... Simplesmente, era a verdade. 

Eu queria que alguém, de uma vez por todas, me ouvisse e me de desse conselhos. Queria que alguém me abraçasse quando eu estivesse triste... 

Eu olhei para o Cameron e disse:

-Eu sou um bocado problemática...

O Cameron encarou-me logo e disse:

- Não és nada... Porque raio dizes isso?

Será que seria altura de lhe contar?! 

-Por nada... Apenas uma verdade... - respondi cabisbaixa 

O Cameron percebeu que eu não queria falar muito sobre o assunto e, por isso, não insistiu mais. 

Entretanto, já anoiteceu e lembrei-me que as horas de "recolher" em casa eram às 22h30.

Fito-o e pergunto:

-Que horas são?

-São 22h15. - respondeu olhando para o relógio do seu telemóvel

O QUÊ??

-Cam, tenho de ir!!!! - disse um bocado assustada e apressada.

-Amy, por que vais assim tão depressa?? - perguntou Cameron curioso

-Depois falamos. - assegurei-lhe

-Aqui tens o meu número. - disse o Cameron, entregando-me um papel.

Eu assenti com a cabeça e comecei a correr a toda a velocidade! Eram 22h27 e ainda me faltava um pedaço! Corri mais depressa, mas já não valia a pena... Cansada, comecei a andar a passo normal... Se a minha mãe quiser ralhar que ralhe. 

Entrei em casa às 22h37 e, de repente, a minha mãe aparece e pergunta:

- O que é que andaste a fazer este tempo todo, ahn?!

- Hm... Dei uma volta.. -respondi um bocado ansiosa 

-A menina não sabe que tem que estar às 22h30 em casa?

-Sei sim, mãe... - respondi 

Entretanto, o meu pai aparece e eu comecei-me a afastar ligeiramente e ele dirige-se à porta.

A minha mãe vai ter com ele e pergunta aos berros:

-Onde é que pensas que vais?! 

O meu pai volta-se para ela com cara de mau e diz:

.Não te interessa ca*****

Eu decidi dirigir-me para o quarto até que eu olho para o papel que o Cameron me deu. Pego no telefone e digito-o. Será que eu devo falar com ele?! 

Mandei-lhe uma mensagem a dizer:

-Olá, novamente! Mandei esta mensagem para gravares o meu número, se quiseres. 

E o Cameron começou a digitar...


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