Uma noite de sustos

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-O que quer ver?-ele perguntou enquanto andávamos.

-No cinema?-perguntei.

-Não na vida-ele disse rindo-Vamos Suzy, o que há com você?-ele me olhou.

-Estou meio perdida-disse coçando a nuca.

-Percebi...-ele disse olhando em meio as árvores.

-Tem a ver com o Taeyong?-ele me olhou-Vi ele descendo as escadas do prédio-disse ele.

-Por que não me contou que o viu?-o olhei.

-Isso importa?-ele retrucou-E não mude de assunto.

-Tanto faz também.. e não, não tem a ver com ele-respondi.

-Mentir não adianta-ele disse.

-Se sabe, por que pergunta?-disse revirando os olhos.

-Desculpa mocinha-ele disse levantando os braços em forma de rendição.

-Vamos mudar de assunto, certo?-disse e ele assentiu.

-Então vamos ver algum filme de terror, para ver se te anima-ele disse.

-Agora eu gostei-disse sorridente.



    Depois de andar por 20 minutos, finalmente tínhamos chegado no cinema, era um cinema mais calmo e desconhecido da cidade, por isso demoramos a chegar. Ele comprou os ingressos para o filme da próxima sessão e ficamos em um grande sofá mas afastado das pessoas para esperar.

Assim que deu a hora do filme, nos dirigimos até a sala, escolhemos um lugar no fundo e longe do povo, por mais que hoje o cinema estivesse vazio, não queríamos ser visto nem por uma pessoa se quer.


 O  filme começou e Cheng pareceu se interessar, já eu por outro lado, nem um pouco interessada estava, mas tentei ao máximo ficar centrada naquela tela, só que até a luz que ficava dos lados, nas paredes, eram mais interessantes. Mas que bom que meu sufoco durou pouco, quando menos percebi, o filme tinha acabado. Eu não lembrava nem o nome do mesmo, não sei que terror era aquele que o cara perdia a cabeça mas continuava andando, Cheng contava toda a história para mim na esperança que eu entendesse, mas tadinho, não adiantou nada. Continuei sem entender e pior ainda, o que eu achava que havia entendido, ele disse outra cosa que me confundiu e no final, eu deduzi que nada sei, não é uma citação filosófica não, é a verdade nua e crua mesmo.



 Ficamos andando por ruas, esperando anoitecer, era bom estar com ele, por mais que eu nunca entenda nossos momentos, meio oportunos juntos, mas era bom, era bom ouvi-lo, senti-lo, vê-lo, se eu não o conhecesse, talvez me apaixonaria por ele, talvez...:

-Bobão-o chamei e ele atendeu com o olhar-Ah meu deus, é um bobão mesmo, ainda atende-ri alto batendo em suas costas.

-Não me bata maluca, a boba é você-ele deu língua.

-Você tenta ser mau, só que fica mais fofo-fui acalmando a minha risada.

-Que ridícula-ele disse virando os olhos.

-9 das 10 palavras que vocês dizem, são algum tipo de xingamento-disse uma voz atrás de nós.

-Taeyong?-olhei.

-Hyung?-Cheng teve a mesma surpresa que eu.

-Olá-ele disse sorrindo vindo para o meio de nós.

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