Destino No Acaso

Capítulo 1

Essa história não vai começar da forma que geralmente começa. Vai começar por mim. A Prima do Henrique. Ninguém melhor pra começar essa história do que eu. Mas chega, né? Tô falando de mais e tenho certeza que vocês querem saber logo dessa história louca deles dois. Então, vamos lá!

A Luíza morava em uma cidade vizinha e nas férias ela costumava vir ficar com a tia que era minha vizinha e muito amiga da minha vó. Nessa época a gente não era muito grudada, mas as coisas foram mudando e hoje ela é minha melhor amiga.
Nas férias do meio do ano não foi diferente, Luíza veio pra casa da tia como de costume e todas as tardes a gente brincava na rua. No terceiro dia de férias, em um Domingo, a Tia de Luíza teve que ir correndo no trabalho e não tinha com quem deixar Luíza, então pediu pra minha vó olhar ela enquanto ia lá. Nesse mesmo dia tinha um almoço na minha família, na casa da minha tia Ana e minha vo, a Flor, perguntou se podia levar ela com a gente, a tia dela concordou e ela foi com a gente.
Faz 8 anos que tudo isso aconteceu, mas me lembro muito bem como tudo aconteceu. Luíza era toda tímida, morria de vergonha de tudo e grudou no meu braço de uma forma que parecia que ia morrer se eu não ficasse perto dela. Ela sempre foi bonita, na verdade, linda, mas ela não acredita nisso. Luíza tinha os cabelos meio ondulados com um tom que nunca (NUNCA) vou saber se é loiro ou castanho claro, os olhos escuros e bem branquinha, era linda. Lembro que ela falou com todos, mas com muita vergonha de tudo, até porque ela não conhecia quase ninguém e era só uma criança. Logo depois meu primo Henrique chegou, aí Deus, esses dois... Eles começaram a conversar e brincar como se fossem amigos a anos, décadas, milênios e me deixaram sozinha com um copo de refrigerante chorando pelos cantos. Eles sempre tiveram uma química, desde pirras. Sempre tiveram o brilho no olhar. Sempre teve amor, desde o primeiro instante que se viram.
Lembro também que logo quando chegamos a gente decidiu brincar de pique pega, o pego era o Henrique e eu e Luíza precisávamos correr... Mas, a brincadeira foi uma merda, mas uma merda só pra mim porque os dois estavam se divertindo horrores. Henrique só corria atrás de Luíza, até parecia que eu era invisível, parecia que só existia os dois. Então, eu decidi não brincar mais e sentei na escada e comecei a chorar.. Você acha que algum deles sentiu a minha falta? Não, não sentiram a minha falta. Era só eles naquele momento. Depois do almoço, eu queria tomar refrigerante e pedi pra Luíza ou Henrique buscar pra mim, Henrique foi, mas só trouxe pra Luíza refrigerante. Oh, ódio. Oh, raiva. Como que pode? Como que pode duas crianças de 8 anos se darem tão bem de primeira? Que horror.