Extasiado - POV Cam

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Depois de eu me comportar de maneira maldosa esse mês, minha mãe decidiu que eu teria que me voluntariar na clínica do meu tio. Ajudá-lo com os pacientes, animá-los e afins.

Mãe disse que eu teria que ver com os meus próprios olhos como realmente era a vida de várias pessoas que estavam agarrados ao fiapo de esperança da vida, e que muitas vezes esse mesmo fio não suportava e se arrebentava.

Eu não sou um garoto mesquinho e nem nada disso. Apenas tive um deslize, todos nós temos nossos momentos ruins.

Terminando de tomar minha vitamina levantei-me da mesa e coloque a mochila nas costas.

- Você poderia me levar, mãe?

- Sim, vamos.

Fomos em direção à garagem e adentramos ao carro seguindo para a clínica.

***

Chegamos meia hora depois, o trânsito estava terrível e digamos que minha mãe não é lá uma motorista muito boa. Desci do carro pegando a mochila e bati a porta do mesmo. Enquanto me afastava dei tchau á minha mãe.

A secretária do meu tio avisou que ele estava ocupado com um paciente. E disse que eu poderia visitar a ala das crianças. Meio relutante aceitei.

Definitivamente eu não estava pronto para aquilo. Assim que pisei os pés no corredor que dava acesso aos quartos das crianças e pelas janelas de vidro vi algumas delas, senti meu coração se contrair e meu estômago se revirar.

- Você pode fazer companhia á elas, Cameron. - notificou-me Carla, a secretária.

Balancei a cabeça em concordância.

Caminhei algum tempo pelo extenso corredor apenas observando de longe aquelas criançinhas doentes. Algumas estavam com os pais enquanto outras estavam sozinhas. Umas se esforçavam á sorrirem enquanto outras choravam. Era tudo muito triste e desolador.

Como dizia minha mãe, eu deveria agradecer a cada segundo pela vida que tinha e por estar saudável.

Ajeitei minha toca na cabeça e entrei num quarto onde um garotinho estava abraçado á um brinquedo do Batman. Aproximei-me e sentei na ponta da cama.

- Que brinquedo legal, cara.

Ele permaneceu calado.

- Esse não é o Super-man, é? - desta vez ele olhou pra mim como se eu fosse de outro planeta e nunca tivesse ouvido falar em super-heróis.

- Claro que não. - bufou. - É o Batman. O melhor de todos.

Sorri para ele, ele não sorriu de volta.

- Ah sim, sim. - cocei o pescoço. - Consigo me lembrar agora. Acredita que eu tenho um DVD dele?

O garotinho agitou-se com suas mãozinhas gordas e olhos brilhosos.

- Verdade?

- Claro, não mentiria pra você amigão. Eu poderia trazer qualquer dia desses para nós assistirmos.

- Isso seria demais. - e pela primeira vez desde que entrei ali, o garotinho abriu um sorriso enquanto se aproximava de mim meio tímido e resitante me entregando o seu Batman.

Lola Adormecida Onde histórias criam vida. Descubra agora