Chapter 91 - Foi fácil de mais

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P.O.V AURORA

Entretanto fez-se de noite. O meu pai tentou falar com o Luís, para ajudá-lo ao menos um pouco com apoio parental, mas o Luís recusou-se a falar. Pelos vistos, ele achou estranho revelar que:"Não me lembro do meu passado" quando o passado que os nossos pais conhecem é o deste mundo, não o de Fable City. Eles iam ficar mais confusos que o próprio Luís.

Mas mais coisa menos coisa, já estava na cama a tentar adormecer. Eu juro que tentava, fechava os meus olhos e tentava não pensar em nada, mas se pensar em nada dava sempre em Richard então preferia pensar em algo, primeiro tentei imaginar em unicórnio a saltar de árvore em árvore mas esse pensamento torna-se chato passado algum tempo.

Abri os olhos, vendo na parede e nas mobílias a pouca luz que a janela do meu quarto transmitia, uma luz meio azulada e pacífica. Virei o meu corpo para o outro lado, puxando o cobertor ao mesmo tempo, vendo então a janela que estava bem ao lado da minha cama. Realmente isso pouco me importava, mas fez-me cansar de esforçar-me para dormir.

Levantei-me da cama e pensei em ir para a sala, para ver un pouco de televisão para encher a minha cabeça de outras coisas, mas essa ideia desaparece assim que ouço o chão do lado de fora do quarto a ranger.
O meu corpo tremeu ao pensar que podia ser o meu pai ou a minha mãe, mas algo estava estranho naquilo. Pois os meus pais, assim que se deitam, já não se levantam mais até ser de manhã. Pode-se dizer que eles são os pais mais dorminhocos à face da terra.

Então a hipótese foi logo para o Luís, pensei que ele talvez também estava com dificuldades para dormir e teve a mesma ideia que eu.

Abri um pouco a porta, e espreitei com cuidado para fora do quarto. Com um taco de basebol na mão (caso seja necessário bater em alguém). E vi alguém a entrar no quarto dos meus pais. Parecia um homem e não tinha ar de ser o meu pai.

Será que é mesmo um assalto?

Comecei a ficar nervosa, fazendo tensão no cabo de basebol, a pensar nas probabilidades de sobrevivência.

Zero. Zero. Zero!

Abanei a cabeça e bati com a mão na cara.

Aurora:"Acalma-te Aurora, tu consegues!"-sussurrei, tentando dar encitivo a mim própria.

Dei um passo para fora do quarto e caminhei de pé-ante-pé até ao quarto dos pais.

Por enquanto não tinha ouvido nenhum grito de desespero, o que me deixava mais "calma".

Vá Aurora, se fosse um assaltante porque ele iria para o quarto dos teus pais?

Eu sei lá! Talvez para...roubar a bebé? Isso acontece às vezes, nos filmes!

Tu és idiota? Ela ainda nem nasceu!

Oh, pois! Claro...ENTÃO O QUE É!?

Coloquei a mão na maçaneta, observando a porta um pouco aberta, mas não era o suficiente para ver o quarto dos pais por completo. Repirei fundo e coloquei o taco no meu ombro numa posição de ataque. Respirei novamente bem fundo e abri a porta lentamente. Ela fez um pouco de barulho dando-me arrepios pelo corpo inteiro que quase deixava o taco cair no chão se não tivesse feito força necessária a tempo para aguentá-lo.

Ufa...

Logo dei-me conta que ninguém estava no quarto, para além do pai e da mãe que dormiam tranquilamente na sua cama.

Será que foi imaginação minha?

Dei de ombros e virei as costas para ir embora.

Estou mesmo a precisar de descansar um pouco, estou a ficar cada vez mais doida varrida...

Secret LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora