Antes que eu respondesse se queria ou não, sou puxada pelo braço em uma tentativa dela de me levar à força para a rua e sair por aí sem rumo e ao mesmo tempo com um rumo, como se estivesse jogando Pokémon GO.Ela disse quando estávamos na rua que queria ver a estátua art déco do Rio de Janeiro que retrata Jesus Cristo, o Cristo Redentor como nós todos conhecemos. Tocar nela se possível.
Como a casa da minha tia fica localizada no Cosme velho no Rio, adjacente do Cristo Redentor só precisávamos seguir pela Estrada das paineiras de ônibus e pela Estrada do Corcovado à pé até chegar em uma estrutura gigante e linda. Com os braços levantados como se estivesse abraçando a cidade e o rosto demostrando felicidade por estar na cidade, o Cristo Redentor! Essa era a ideia que aquela estrutura me passava. Eu como qualquer outra pessoa que nunca tinha visitado aquele lugar, visto aquele monumento, fiquei maravilhada. Não só pelo fato da estrutura ser gigante e bem elaborada, mas também pelo que ela representava para o mundo. Em volta, cercando o pequeno lugar em cima de um tipo de montanha onde fica o monumento haviam as muitas pessoas tirando fotos ao lado do Cristo Redentor, certamente para deixar de recordação em um quadro na sala de casa, inclusive a Gabriela que havia saído de perto de mim para se juntar a um grupo de amigos que encontrou por lá. Dentre essas várias pessoas, eu vi um garoto de costas afastado da multidão, com os braços apoiados no muro que protegia para não cair montanha a baixo, nem dando bola para o Redentor, certamente olhando o Parque da Tijuca ou a cidade do Rio com uma vista panorâmica. Sozinho. Não sei o porquê de eu ter prestado atenção nele. Não havia nada de especial nele para eu notar e ficar olhando. Não sei se foi o fato dele estar sozinho e afastado daquelas muitas pessoas eufóricas ou o estilo dele de se vestir: camisa cor azul fraca com a máscara de um Stormtrooper preta estampada, uma bermuda creme, tênis AllStar e óculos moderno retangular, aparentemente um típico geek moderno. Depois de alguns minutos olhando pra ele com uma força interna me impedindo de mudar o foco da visão. Ele virou lentamente, meus olhos focaram no rosto triste porém bonito, seus olhos pretos e sua pele branca. Aparentava ter mais de 18 anos, mas menos de 23. Em segundos ele retribui o olhar para mim e eu rapidamente olho para o chão em uma tentativa desastrada de fingir que não estava olhando para ele. Vejo pela visão periférica que ele continua a olhar para mim. Mas logo ele se vira novamente para a plataforma e novamente pousa seus braços sobre o muro. Eu olho novamente fixamente para ele e noto ele retirando algo do bolso, aparentemente uma caneta ou algo do tipo e começando a rabiscar o muro, na sequência ele me olha rapidamente triste e sorri. Eu logo acho aquilo muito estranho, mas não dá tempo de pensar muito sobre aquilo porque eu levei um grande susto ao ver ele subindo o muro, olhando para mim, acenando e se jogando da plataforma em direção ao chão, em direção a grande mata lá em baixo. Eu corro desesperadamente até ele, muito assustada me inclino na plataforma para olhar e só vejo o corpo dele fugindo da minha visão e se perdendo entre a mata. Do lugar de onde ele pulou até o chão parecia ser uns 1000 metros aparentemente. Eu fiquei paralisada, em choque! Por que ele fez isso? Por que ele olhou para mim, sorriu e acenou e se jogou? Por que logo para mim? Eu abaixo a cabeça ainda com os braços pousados na plataforma e logo eu me lembro que ele havia escrito algo na plataforma, procuro por alguns segundos e vejo escrito com letra cursiva "Obrigado.".
Olho para um lado, olho para o outro, olhei em todas as direções procurando alguém que também tenha visto aquilo para me ajudar e ajudar ele de alguma forma, mas ninguém notara. Eu corro até a Gabriela que estava tirando fotos e conversando com uns amigos que ela encontrou por lá. Desesperada eu falo o que havia acontecido e ela e todos os amigos me olham com uma cara de "Essa menina é maluca?" Ela começa a falar que isso é coisa da minha cabeça, que eu estava vendo coisas, mas eu digo que não, digo várias vezes que não. Mas era burrice dizer isso, ela não acreditaria.
Eu tento pensar em algo o mais rápido possível, logo tive a brilhante ideia ou nem tão brilhante assim de descer até lá e entrar pela mata procurando por ele, na esperança dele estar vivo. Correndo o risco de ser morta por índios canibais devoradores de carne humana. Pensei que dificilmente ele estaria vivo depois de ter caído daquela altura. Mas não custava nada tentar. Ou custava!?
Olhei em volta na tentativa de achar alguém para enfrentar os índios devoradores de carne humana junto comigo, alguém forte. Fui em direção a um cara um pouco forte, vestido com uma camiseta regata branca, uma bermuda de MMA e tênis esportivo. Parecia mais um professor de educação física. Falei a situação pra ele e o que tinha acontecido. Então ele mostrou os dentes pra mim, não sei se ele estava sorrindo ou fazendo outro gesto pra mim. O cara era bem estranho! Ele topou na mesma hora em que pedi sem pensar duas vezes em descer comigo até a mata.
A Gabriela nem me vira ir em direção às escadas junto com o carinha estranho. Ou me vira e não quis demostrar, talvez pensando que eu queria pegar ele as escuras. Apontei para ela e disse para ele que eu tinha vindo com ela e ela não tinha acreditado na história e ele respondeu:
- Gostosa!
- An? O que você disse!?
- Gostosa, mas você é mais!
Fiz uma cara de "O que esse cara tá pensando?" E segui até as escadas decidindo ignorar aquela resposta dele. Não valia a pena eu responder aquele estranho idiota babaca.
A descida era um pouco grande com pequenas elevações, o chão de concreto com degraus e dos lados só se via matas. No meio do caminho eu comecei a pensar porque ele havia escrito "Obrigado" e se realmente foi pra mim ler, mas não pude pensar muito porque fui interrompida pelo carinha - Você gosta de ser apertada!? - Comecei a pensar que aquele carinha era meio maluco. Eu achei super estranha aquela pergunta e comecei a ter um pouco de medo daquele cara naquele momento, que se intensificou mais ainda quando ele me jogou na lateral, na parede da descida pressionando meus dois braços com a mão um pouco acima da minha cabeça e chegou perto do meu rosto, eu sentido a respiração dele em meu rosto e seus olhos de tarado. Ele começou a falar.
- Você gosta de ser apertada na bunda e nos seios!? - Falando com um sorriso safado no rosto.
- Nã... Nã... NÃO! - Muito assutada eu nem conseguia responder direito. O que aquele cara estava pensando!? Será que ele estava tentando me estuprar!!? Pensei
- Ah, entendi. Está se fazendo de difícil. Eu gosto assim. Sinto mais tesão. Eu já entendi o que você quer. Me chamou para ir até os matos sozinho com você para procurar uns corpos porque não queria ir sozinha, mas na real quer é sentir esse corpo gostoso no seu. Essas mãos quentes pegando nessa sua bunda gostosa.
Senti a mão dele soltando a minha mão e vindo com tudo na minha bunda, apertando-a, mas eu felizmente me soltei das garras dele e empurrei ele com força para longe de mim, esse cara é doido!? Sério que ele pensava que eu queria "pegar" ele?
- Você tá louco cara!? Eu te chamei pra uma coisa séria e você pensa merda!? Tá pensando o quê!? - Respondo eu muito irritada e com muito medo, afinal, eu estava sozinha com aquele babaca. Ele podia me estuprar bem ali ou me levar a força pra outro lugar pra me estuprar melhor.
- Você é maluca garota! Maluca! Fique aí sozinha!
Me senti aliviada ao ver ele ir embora subindo as escadas enfurecido. Sentei na escada triste e comecei a pensar se eu ia sozinha entrar na mata ou não. Me senti até um pouco triste porque aquele babaca foi embora e me deixou sozinha para seguir sozinha.
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Entre a Doença e um Amor
RomantikPor fora uma garota linda e uma fortaleza impenetrável para qualquer homem. Ou quase qualquer homem!? Por dentro uma garota com a vida promissora e cheia de metas para cumprir. Buscando apenas ser feliz. Mas nem tudo na vida é como queremos. A jove...