Prólogo

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E lá estava eu, sendo torturado pelas músicas do meu primo
  -Você foi a culpada desse amooooor se acabaaaaaaaar...  -Desliguei o rádio antes que ficasse surdo
  -Qual é primo, eu sei que você ta puto com ela mas o rádio não tem culpa. -Meu primo acha que eu to bolado com a Sasa ainda, eu prefiro só esquecer de tudo.
  -Eu não to nem aí pra ela, eu só não quero ficar surdo.
  -Eu sou um cantor maravilhoso, não vem não. -Meu primo sempre me ajudava a esquecer dos problemas, algumas cervejas e lá vamos nós.
   -Você canta tão bem quanto um... -Eu não conseguia pensar em nada pra zoar ele, acho que era todos os problemas que eu tava enfrentando. Eu precisava só de um pouco de paz, por isso peguei a estrada com ele.
  -Porra ela te deixou tão na bad que você não consegue nem fazer piadas?
  -Eu não to em bad nenhuma, só quero que a gente chegue logo na casa da sua mãe.
  -Cara nem me fale, eu queria tanto um daqueles bolos da minha mãe
  -Minha fome agradece.
  -Po, foi mal mas minha barriga ta roncando desde São Paulo. Po primo liga o rádio aí. -Hesitei por alguns segundos mas acabei ligando no final das contas.
  E agora na Rádio América, Wonderwall da banda Oasis.
  -Ai caralho, até essa rádio me odeia. -Tudo me faz lembrar dela, eu não aguento mais essa pressão.
  -Primo, olha pra mim, vai dar tudo certo cara, vocês nunca brigaram, sempre foram um casal bacana, não é uma briga que vai estragar tudo.
  -Você não entende né? Dessa vez é pra valer cara, e a gente nunca foi casal. Olha pra frente, porra.
  -Relaxa cara essa estrada é só retas. Para com isso, claro que vocês eram um casal, ja vi vocês dando uns amassos.
  -Amassos? Quantos anos você tem? 40? Ta falando igual tiozão.
  -Ah me chupa. Cara olha aquele bolo na placa. Eu to realmente com fome. -Meu primo se distraía facilmente com as coisas. Foi esse único defeito que nos levou à isso.
  -E olha aquele frango, me faz lembrar do nosso natal na casa da minha mãe. Eu queria tanto comer.
  -Cara pensa em comida depois, olha pra frente.
  -Relaxa eu sou um mestre no volante, me chama de Paul Walker.
  -Ta maluco? O Paul Walker não terminou tao bem assim. Olha pra frente porea, tem uma curva ali.
  -Ah é assim então. Vou te mostrar que eu dirijo melhor que o Paul Walker então.
  -Cara o que ce ta fazendo? Vai devagar nessa merda. -Meu primo gostava de se exibir, então ele não parava de acelerar, com a esperança de fazer um Drift.
  -Wow esse carro corre hein, se liga só nisso. -Quando a curva chegou, eu só lembro de tentar parar o meu primo, dando empurrões nele... Isso só piorou as coisas.
  -Caralho para com isso, por favor.
  -Para você de me cutucar mano, vai me fazer bater.

-Rafael? Você consegue falar alguma coisa?
-Senhora dê algum tempo à ele, precisará de um pouco de tempo para ele entender o que está acontecendo, e voltar a falar.
  -Eu só quero meu filho de volta.
  -Você ja tem.

  Bom, tudo que eu lembrava era de acordar nesse hospital do nada, minha mãe veio conversar comigo, e me explicou o que estava acontecendo, eu não era capaz de responder.
  -Rafa, não se preocupe, ta tudo bem agora. Eu sei que é difícil de pensar em tudo que está acontecendo, mas eu preciso te ajudar a entender. Você e seu primo Felipe sofreram um acidente no mês retrasado, parece que seu primo perdeu o controle do volante e capotou o carro numa curva. Eu não sei de detalhes mas seu primo infelizmente não ta mais entre nós. Você sobreviveu mas você teve um impacto muito forte na sua cabeça. Por isso é difícil lembrar de tudo o que aconteceu, você perdeu uma parte da sua memória. Daqui a pouco você poderá sair desse hospital. Só descanse mais um pouco. -Enquanto minha mãe falava, lágrimas escorriam do meu olho, meu primo era o meu melhor amigo, eu confiava nele, não sei porque diabos estávamos naquela estrada, mas aconteceu o que aconteceu.

[1 Semana depois]

  -Mãe, tão tocando a campainha.
  -Já to indo ver filho.
  Eu ja estava melhor, eu não havia superado a morte do meu primo mas eu estava bem melhor. Eu tinha alguns flashbacks ainda, e eu tinha a esperança de recuperar minha memória. Cara, tavz tudo tão estranho.
  -Rafa, essa moça queria falar com você. É bem importante.
  -Ah claro, é... Oi prazer.
  -Bom tarde Rafael, meu nome é Mariana e eu sou uma detetive regional. Eu preciso te fazer algumas perguntas. -Será que eu fiz merda pra polícia? Pooorra cara ainda bem que não lembro de nada.
  -Claro, pode perguntar.
  -Por acaso já viu essa garota?

  -Por acaso já viu essa garota?

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Uma dor de cabeça chegou do nada.
  -Ahhh, cara minha cabeça.
  -Você ta bem?
  -To, eu só, eu não sei se lembro dela, é como se ela tivesse na minha cabeça e... Ah cara.
  -O nome dela é Flavia Sa-
  -Sayuri Gato, eu sei.
  -Você se lembra dela?
  -Não, eu não lembro, esse nome veio na minha cabeça. Por que você ta me perguntando sobre ela, quem é ela afinal?
  -Estou perguntando isso pois Flavia está desaparecida desde seu acidente.
  -Idaí?
  -Parece que você e ela tinham algum tipo de ligação.
  -Eu não lembro de nada. De absolutamente nada. Não sei se da pra te ajudar.
  -Ja ouviu falar sobre hipnoterapeutas?
  -Ja, eles tem uma pistola hipnótica e tudo mais, eles fazem você achar que seu nome é batata e tals.
  -Não hipnoterapeutas desse tipo... Eu to falando de um que mexe com lembranças.
  -Nunca vi isso. Qual o motivo de você falar deles do nada?
  -Sei sobre um hipnoterapeuta que pode nos ajudar a entrar nas suas lembranças, para encontrar Flavia. E quem aabe te fazer lembrar do resto.
  Eu não pensei duas vezes, apenas aceitei, recuperar minha memória era tudo o que eu queria. Eu não sabia quem era essa garota, mas ela parecia ser legal, não posso deixar ela sumida por aí.
  -Eu topo.

Lost in Dreams: Uma História CellyuOnde histórias criam vida. Descubra agora