A estranha sensação

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-Ah não, estou muito atrasada.- diz Anastácia se levantando rapidamente de sua velha cama de madeira- Preciso me arrumar.

Ela toma um banho de 5 minutos, se veste, penteia seus cabelos crespos, calça sua sapatilha, e sai de casa.

Na última vez que Anastácia se atrasara,  mais de 10 clientes estavam esperando ela do lado de fora de sua tenda, mas dessa vez não tinha nenhum. Anastácia passara de melhor à pior cartomante da cidade.

Ela entra e fica esperando que um cliente apareça.

-Oi Anastácia, eu... Anastácia?- diz Berenice, a melhor e única amiga de Anastácia.

-Ah, oi, o que você disse?- ela responde olhando para a amiga.

-O que aconteceu com você?

-Como assim?- ela questiona com um olhar confuso.

-Você estava com uma cara estranha.

-Ah, é que eu tive a sensação de que algo ruim vai acontecer, algo bem ruim.

-O quê?- ela pergunta fazendo uma careta amedrontada.

-Não sei, só espero que não aconteça nada.

-É, eu também. Bom... só passei aqui pra te cumprimentar e dizer que pode contar comigo pra tudo.

-Obrigada, você também pode contar comigo. Então... tchau, Berenice, até mais tarde.

-Tchau, Anastácia.

Uma cliente entra logo após Berenice sair.

-Bom dia- Anastácia diz alegre por uma cliente ter aparecido.

-Quero saber sobre o meu futuro- ela diz estressada ignorando o cumprimento de Anastácia- Seja rápida, estou com pressa.

-Ok, quer saber sobre algo específico, senhora?

-Não- ela responde com sua voz grosseira.

-Ok, vamos ver aqui... vejo... você... em um... casamento... o seu casamento!

-Que ótimo- ela diz ficando alegre- Toma, fica com o troco- ela entrega uma nota de 50 reais para Anastácia e sai da tenda com pressa.

Anastácia fica esperando o próximo cliente chegar, e depois do que pareceram horas para ela, um homem aparece.

-Posso entrar?- ele pergunta.

-Claro, entre.

-Olá, meu nome é George- ele diz estendendo sua mão.

-Prazer em conhecê-lo, George

- O prazer é meu.

-Então George, sente-se por favor- ela diz apontando para uma cadeira- Quer saber sobre algo específico?

-Sim, quero saber se vou conseguir um emprego...

-Ok, então vamos ver qual vai ser seu futuro trabalho... - ela pega suas cartas- Vejo você como... um engenheiro.

-Engenheiro?! Mas eu nunca tive interesse por essa profissão.

-Me desculpe, ultimamente estou tendo muitas visões erradas.

-Tudo bem, aqui está seu pagamento- ele diz estendendo a mão, que segurava uma nota de 50 reais.

-Não, eu não posso aceitar- ela diz balançando a cabeça.

-Aceite, por favor- ele insistiu.

-Não.

-Então vamos fazer assim, você tenta de novo, se acertar, você aceita o dinheiro, se não, não aceita, ok?

-Ok, então vamos ver... vejo... você como um... mecânico.

-Sério? Essa é a profissão que eu quero exercer. Então... aqui está seu dinheiro- ele estendeu a mão novamente e ela pegou o dinheiro- Bom... tchau, foi um prazer conhecê-la.

-O prazer foi meu.

O homem saiu, e ela sentiu novamente a sensação ruim. Até que o horário de seu trabalho acabou, e ela foi para casa.

Já em casa, Anastácia quis saber sobre o próprio futuro, sentou sobre sua mesinha e pegou suas cartas. E no mesmo instante ela soube o porque daquela sensação estranha.

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