Capítulo 1

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E la estavam de novo, aqueles olhos âmbar expressivos e suaves ao mesmo tempo encarando Greg falar alguma baboseira sobre os mundanos e alguma estratégia para manter a ordem dos intraterrenos no Mundo.

Maldita hora que ele aceitou participar dessa reunião. Preferia flerta com o cocheiro a desperdiçar seu tempo com abobrinhas inúteis. A única coisa útil na sala era a moça de cabelos loiros sentada de frente para Elliott que as vezes lançava piscadelas para ele. Pouca diferença... O humor de Elliott hoje estava péssimo e ele não tinha paciência para o falatório de Greg.

Elliott simplesmente se levantou e saiu pela porta desenhando marcas Wirdy² no ar para bloquear a porta ate ele estar em casa.

Elliott estava quase saindo do Templo dos Ventos quando duas figuras apareceram no final do corredor. A primeira era alta, de ombros largos, pele morena e cabelos parecidos com magma derretido. Elliott o conhecia bem e sabia que ele não deveria estar ali. Era seu tio Alec, deus do fogo, protetor do sol e da luz. Era tanta honra que Elliott queria vomitar na lata de lixo mais próxima. A expressão de seu tio era severa e preocupante, já que olhava para Elliott com um olhar de predador.

A mulher atras de Alec era igualmente alta e com um andar despreocupado e ao mesmo tempo feroz. Usava calças escuras, botas ate o joelho e uma camisa arroxeada larga. Ela andava como uma guerreira, e ela era uma guerreira. Como não reconhecer a tia que ensinará para Elliott como lutar e ganhar suas próprias batalhas?

O cabelo negro como a noite estava solto, o que destacava ainda mais os olhos escuros como obsidiana da tia. Era Diaana, deusa da noite e da escuridão, protetora da lua e das estrelas.

Elliott abriu passagem para eles sem dizer uma palavra, mais eles não queriam passar...

Alec, sempre o educado foi o primeiro a dizer algo. Ou melhor... Cuspir algo.

– Quanto tempo Espirito de Vento... Quase uma década. Ao que parece... Desperdiçado sua imortalidade. Mal tem dezessete anos e já parou de envelhecer?

Elliott revirou os olhos para o tio

– Meia década, por ser exato.

Um sorriso diabólico apareceu no rosto de se tio e sumiu em seguida.

Agora era motivo para se preocupar.

Alec segurou o sobrinho pelo braço com força e levou Elliott corredor adentro.

Ele empurrou Elliott dentro de uma das salas do conselho, com a tia assoviando logo atras.

Elliott jogou a franja de cabelos negros para traz enquanto se recompunha, era a única coisa que o lembrava do pai.

Ele olhou com raiva para a marca de onde a mão do tio estivera. Os dedos vermelhos perfeitos em seu braço branco demais.

Nowan, seu tio mais novo desenhava marcas Wirdy na mesa com desdém e nem sequer levantou os olhos para o sobrinho.

A mãe de Elliott estava na cabeceira com os dedos entrelaçados, pensativa, talvez um pouco abalada. As marcas de lagrimas ainda borravam o seu rosto sereno e calmo como os ventos leste.

Elliott era filho da deusa dos ventos, Neemia, e o feérico Galuanthinus, semideus do gelo e herdeiro mais novo de Mala. Nunca chegou a conhecer o pai, havia morrido para salvar a ele e sua mãe.

Nowan, deus das águas e da sabedoria levantou os olhos das marcas na mesa e encarou Elliott com um semblante de horror, os olhos azuis arregalados ao dizer sem emitir qualquer som Me desculpa, não e minha culpa.

Imagens já passavam na cabeça do semideus. O que iria acontecer a ponto de deixar o deus da paciência tão horrorizado? Tortura? Guerra?

Chenssy entrou despercebido na sala a muito tempo silenciosa e se esfregou em Elliott. Há, uma alma que se importa.

As crônicas de Slipekorellys Onde histórias criam vida. Descubra agora