Capítulo 4

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O sinal tocou anunciando o final das aulas, sai ao lado de Clara, ambas fomos até nossos armários guardando os livros, juntas caminhamos até o pátio onde Dylan estava a minha espera como prometido, antes que eu pudesse me despedir de Clara e ir até ele ouvi Nathan gritar pelo meu nome.

-Katherine! –Ele gritou correndo para perto de mim, estava ofegante e suas bochechas estavam em um tom vermelho.

-O que foi Nathan? –Perguntei preocupada vendo como ele estava vermelho, parecia que algo muito horrível havia ocorrido.

-Os seus documentos escolares sumiram, eles estavam em minha sala, não sei o que aconteceu... –Nathan olhava para o chão triste enquanto falava ofegante.

-Nathan não se preocupe eu posso ajudá-lo a procurar ou posso correr atrás para conseguir outros. –Falei enquanto ao meu lado Clara concordava com tudo o que eu dizia o fitando.

-Obrigado por entender, agora podem ir, amanhã a gente continua a conversa, me desculpem. –Nathan dava as costas saindo em direção a sua sala, ele parecia bastante abalado andando de cabeça baixa.

-Coitado do Nath, deve ser muito ruim. –Clara falou olhando para mim com carinha de cachorro abandonado.

Então após falar com Clara, eu caminhei até o portão ao encontro de Dylan, o mais estranho era que ele havia sumido, o sol estava se pondo e então a noite começou a ficar fria causando-me calafrios. Ajeitei meu cabelo para trás das orelhas enquanto caminhava de volta para casa, particularmente eu não gostava nenhum um pouco de estar sozinha ainda mais com aquela estranha sensação de estar sendo observada.

Por um rápido momento pareceu que acabei vendo um vulto ao qual passou rapidamente em minha volta, tomada pelo susto acabei tropeçando em um pequeno buraco o qual encontrei logo a frente, cai me apoiando com os braços para impactar a queda, ao tentar me levantar uma mão apareceu no meu campo de visão, sem dar muita atenção e de forma tímida segurei-a e me levantei limpando a calça enquanto fitava o jovem que aparecerá em minha frente.

-Obrigada... –Murmurei timidamente enquanto observava o rapaz, ele parecia ter aproximadamente 20 anos, vestia um casaco marrom, por um rápido momento pude observar os olhos vermelhos do mesmo, mas aquilo não era real, eu simplesmente o encarei agora com as orbitas do garoto azuis e seu cabelo castanho.

-Olá, sou Dimitry. –Ele me cumprimentou com um sorriso malicioso no rosto.

-Prazer, Katherine. – Ajeitei meu cabelo desconfortável com a situação, logo me virei de costas para o mesmo pronta para voltar ao meu caminho para casa. –Foi bom conhecê-lo, mas preciso ir. –Disse educadamente.

-A dama não deseja que eu lhe acompanhe para a casa? –Indagou do mesmo modo sorridente. –Está escurecendo, pode ser perigoso.

-A dama não precisa de nenhuma companhia, ela está comigo. –Uma voz atrás de mim disse e então colocou sua mão no meu cotovelo puxando-me para perto de si.

Assustada olhei para cima e logo encontrei os olhos de Dylan encarando Dimitry friamente, eu quase suspirei de felicidade, mas ao contrario disso me mantive imóvel observando os dois homens, logo Dylan pousou a mão sobre meu ombro, parecia que ele estava querendo me manter longe daquele homem misterioso, estava querendo me proteger, essa atitude dele me fez corar.

-Vamos. –Disse empurrando-me delicadamente, passamos muito próximos de Dimitry e o deixamos para trás. Já ao meu lado, o rapaz ainda estava com a mão sobre o meu ombro, eu fitava o chão, mas antes de que ficássemos muito longe do tal misterioso vire-me para ver se ele ainda estava lá, mas o mesmo não estava mais lá. Quem era ele? Será que Dylan o conhecia? Por alguma razão eu achava que sim, pude perceber a tensão que ambos estavam quando se olharam. Precisava deixar aquilo para trás, balancei a cabeça levemente tentando espantar meus pensamentos para longe.

Estar ao lado de Dylan agora me transmitia um alivio, nós caminhávamos lado a lado em silêncio apenas observando o pôr do sol a nossa frente. Queria poder falar algo, mas iniciar uma coversa nunca havia sido o meu forte. Meu dia havia sido calmo, mas pouco antes da chegada do tal garoto eu tive o pressentimento de estar sendo seguida, simplesmente parecia coisa de minha cabeça, por que alguém me seguiria certo?

-Então, o que fazia sozinha a essa hora? –Dylan agora sorria me fitando.

-Uma pessoa combinou comigo de eu ir com ela para sua casa junto com Scott, mas por fim acabou sumindo do nada. –Disse séria sem olha-lo.

-Ah, eu me lembrei de que tinha que fazer uma coisa, não pude avisar. –Disse, ele parecia se sentir culpado, como se me deixar ir sozinha para casa fosse errado, o que claro era uma completa idiotice.

-Então por que você veio atrás de mim? E como sabia qual era o caminho da minha casa? –Indaguei arqueando as sobrancelhas.

-Scott me contou e por sua sorte, o que eu tinha que fazer era perto de sua casa. –Ele me encarava olhando algumas vezes para os lados, como se estivesse se certificando que estávamos sozinhos. –Uma de nossas colegas que é minha amiga faltou hoje, gostaria de saber o que houve por isso irei visita-la.

-Certo então Dylan, a gente se vê amanhã. –Sorri para ele adentrando ao pátio de casa, era uma plana calçada rodeada por dois jardins extremamente bem cuidados, com os passos rápidos e com a mochila em mãos eu procurava pela chave de casa, ao encontra-la abri a porta apressada, por momento algum olhei para trás. Minha manhã na escola havia sido tão normal, tão calma. Mas toda aquela situação com Dylan e Dimitry me preocupava. Afinal, o que havia acontecido neste final de tarde?

Alice

-Dylan! –Eu corri para perto do rapaz com um largo sorriso ajeitando um fio de cabelo atrás da orelha. Parei em frente a ele o fitando com uma certa admiração. –Eu tive uma ótima ideia, podemos fazer uma festa convidando todos os jovens da cidade, por esse motivo podemos saber o que está acontecendo de ruim e ao mesmo tempo ficar de olho em tudo. –Sorri como uma criança animada disparando a falar antes mesmo de ele comentar algo.

-Seria uma boa ideia Alice, mas para isso teríamos que nos certificar que ninguém de nossa parte irá criar confusão. –O jovem falou sério, sem humor algum. –E também a festa terá que ser em sua casa, já que a ideia é sua e também por não querer ninguém em minha casa e sei que Scott também não iria gostar. –Acrescentou ele caminhando ao meu lado enquanto entravamos em casa.

Scott estava jogado no sofá, parecia estar escrevendo algo em um simples bloco de notas enquanto Dylan havia se jogado em uma poltrona resmungando sobre o tédio que sentia. Eu estava sentada em frente a uma escrivaninha fazendo os preparativos para a festa após a concordância de todos. Entre uma ligação e outra para o bufe fui interrompida por Angel, ela era ruiva e tinha reflexos dourados, seus olhos como cristais negros me fitaram com um sorriso doce, ela usava um vestido simples branco parecendo totalmente angelical. Com satisfação sorri para ela a convidando para me ajudar, juntas dividimos as tarefas e combinamos que ela separaria os convites enquanto eu deveria convidar as pessoas.

-Alice os convites estão praticamente prontos, não vejo a hora de entrega-los. –Angel falava como uma criança animada enquanto remexia nos papeis em cima da mesa na tentativa de organiza-los em uma pilha.

-Garota, a gente não sabe nem o que vai ser servido e você já quer sair entregando os convites? –Dylan suspirou revirando seus olhos enquanto me fitava sentado da poltrona. Ele sempre foi um jovem bastante rabugento, mas no fundo ele era amável com seus irmãos, mesmo que nós no final de tudo não fossemos realmente irmãos. Durante tempos, resolvemos deixar as coisas de lado e aprender a conviver uns com os outros.

-Claro que sabemos D, acabei de terminar sobre o que vai ser servido e a decoração. –Sorri de forma provocativa e logo voltei à atenção para Angel. –Scott e Angel me ajudem a entregar os convites. –Continuei, me levantei mordendo o canto da boca enquanto caminhava de um lado para o outro pensativa. –Sei exatamente quem pode nos ajudar a entregar o resto dos convites aos nossos rivais. –Acrescentei olhando para os meus amigos com as sobrancelhas arqueadas.

Decida, peguei alguns convites que estavam em cima da escrivaninha e antes de sair dei um breve beijo na bochecha de Angel e sorri para a mesma. Passei pelos rapazes jogando o cabelo e no cabide peguei minha bolsa saindo de casa. Eu precisava encontrar minha pequena inimiga, algumas coisas nunca mudam, mas ela ainda era minha amiga, mesmo que fosse bem lá no fundo. Pelo menos era o que eu achava.


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⏰ Última atualização: Jul 11, 2016 ⏰

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