Descobrindo-se

Dor

Roberta Moreira

Estava muito ansiosa com a volta de Alice, não nego estava sentindo muita falta dela.
Pego meu celular e ligo pra ela, caixa postal, ligo de novo e caixa postal.

Comecei a ficar preocupada, deixo um recado

Vaca veia atende o celular estou preocupada. Quer me matar de susto? Beijos!

Espero retorno, e nada.
Começo a ficar frustrada e com raiva.
Recebo uma ligação da minha mãe.

- Oi, mamys.

- Betha, vem pra casa agora.

- Mãe, estou esperando a Alice.

- Por favor, vem logo.

Ela desliga o celular, sem ao menos deixar eu falar, pego minha bolsa e vou embora.
Alice irá me perdoar, além do mais essa vaca não me atende.

No caminho de casa, encontro Lucas, sinceramente eu acho que um urubu cagou em mim, é muito azar mesmo.

- Olá Linda.

- Oi Lucas.

- Como está? - como ele ainda tem coragem de falar comigo. É muita audácia.

- Estou muito bem, e você?- falo com frieza.

- Bem melhor agora. - seus olhos brilham, e meu coração acelera, não vou facilitar as coisas, só porque meu coração quer, parece que gosta de sofrer.

- Que bom, Lucas, preciso ir, minha mãe me espera

- Posso te acompanhar, se quiser.

- Obrigada, mas estou bem sozinha. - você é a última pessoa que queria ver, saí logo daqui Lucas.

- Está bom, vou indo. Até mais. - Ele parece, decepcionado.

- Até.

Lucas continua seu caminho e eu no meu, à quem eu quero enganar amo o Lucas, mas não vou me deixar me levar, ai que vontade de bater nele.
Como ele pode fazer essa palhaçada comigo e depois voltar.

Perdida em meus pensamentos nem me dou conta que já cheguei na rua da minha casa, ando mais um pouco e finalmente chego a minha casa.

- Mãe? - grito.

- Betha, vem cá, estou no meu quarto. - ela está com um voz de choro.

- subo correndo preocupada.

Entro sem bater e a vejo chorando.

- O que houve mãe?

- Roberta, senta aqui comigo. - estou confusa, meu Deus que angústia.

- Roberta, é com relação a Alice e seus pais.

- Mãe, o que houve? Eles estão bem?

- Calma filha.

- Mãe, como me pede calma? Se fala da minha melhor amiga, e dos pais dela? Por favor mãe, não faz isso comigo, fala de uma vez, o que houve?

- Eles sofreram um acidente, um caminhão bateu no carro dele, e não sei direito, mas parece que duas pessoas morreram e um está entre a vida e a morte.

- Meu mundo desabou, estou sem reação, não sei o que dizer, nem o que pensar. - Mãe, como sabe disso?

- Passou na televisão.

- É por isso que ela não me atendia. - choro, grito. Minha mãe me abraça, e chora comigo.

Estou desolada, é uma dor que não consigo dizer.
Quando a campanhia toca, minha mãe desce.
Só sei chorar.

Vejo nossos amigos entrarem e me acolho em Lucas, chorando e lamentando todos me abraçam.

- Lucas, eu podia te a salvado. Eu podia...

- Calma Betha, ninguém podia fazer nada.

- Mãe, o que estamos fazendo aqui? Vamos ver eles. Por favor.

- Calma Betha, já liguei para seu pai, para saber em que hospital eles estão.

                        ***
Felizmente, meu pai conseguiu saber onde eles estão, chego desesperada perguntando em que quarto estão.

- Calma filha. - como podem me pedir calma, no momento desses. Meu pai vai conversar com a recepcionista, e logo volta.

- Alice, está no quarto 46, entre a vida e a morte, e sobre os pais dela eles não sobreviveram. Eu sinto muito Betha.

- Ela pode pelo menos, receber visitas?

- Ainda não.

Só consigo pensar, em como Alice vai lidar com essa situação, fiz uma promessa pra mim mesma, estarei com ela, em cada vão momento.