Estou sentada na cama que, noutros tempos, era tua também. Lembro-me das lutas e do amor que este colchão suportou. E, tal como eu, sei que sente a tua falta.
O teu cheiro já não ocupa este espaço. As tuas roupas estão empacotadas para que as venhas buscar algum dia. E as nossas fotografias estão escondidas para que, com essas memórias, não voltem também os sentimentos.
Como é que conseguiste ir embora? Fugir deste amor que nos prendia. Apagar esta chama que iluminava as nossas noites.
Não consigo pedir-te que voltes. Não é o orgulho que me impede mas a felicidade que demonstras quando outra sorri para ti. Era egoísta da minha parte puxar-te para mim, não era?
E nestes pensamentos sufocantes, por entre cigarros e copos de vinho, vejo-te a partir. Por entre os meus dedos, por entre os soluços do meu choro.
Tento dormir todo o dia para que não caia na realidade de não te ter, mas alguma força superior impede-me de adormecer para que não te veja um único segundo da minha vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas para ti
RandomEsta é uma obra onde vou metendo vários textos dedicados a ti. Espero que te lembres que deixaste em mim muito mais do que um coração partido. Copyright © 2016 @matildeoalves