PRÓLOGO

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Parecia apenas mais uma tarde comum em minha vida, sempre um dia a mais em torno desse "dom" que me foi dado. Memórias passam sem parar pela minha cabeça e começo a pensar: quem realmente sou? De onde realmente vim? Para onde irei? Sempre me pergunto.

Foi me dado o nome de Raizel em meu nascimento e sempre me foi dito que eu faria algo grande no futuro, coisas que manteriam nossa espécie viva.

Sempre tive uma curiosidade insaciável sobre quais criaturas eu encontraria fora desse planeta monótono. Como elas são? São amigáveis? Criaturas gigantes ou pequenas? Minha imaginação me levava a mundos diferentes e belos, estranhamente um deles me fascinava mais, um que os seres eram parecidos com nós em aspectos físicos.

Venho da linhagem mais antiga de nossa espécie. Meus ancestrais foram líderes de nossa espécie e na atualidade meu pai ocupa esse cargo. Ele me diz que tomarei o lugar dele um dia, queria eu poder recusar isso. Meu sonho na verdade é sair pelo universo descobrindo tudo que possui nessa imensidão infinita, mas existe um problema...

Em nosso planeta é extremamente proibido a saída para o espaço. Somos todos obrigados a ficar aqui vivendo nossa vida e descobrindo novas tecnologias que vão nos manter vivos.

Mas para minha felicidade tudo isso mudou. Caminhando pelo campo, vejo um clarão no céu e percebo que é uma nave diferente das nossas. Será de outro planeta? O que encontrarei lá dentro? Minha curiosidade me faz ir em direção a ela, ainda mais pelo fato de estar bem longe da cidade. Em poucos minutos nossas patrulhas chegarão aqui para investigar, então tenho pouco tempo para investigar do meu modo.

Aproximando-me dessa nave, me deparei com uma dessas criaturas parecidas com a gente. Olhando a primeira vista parecemos iguais, mas observando mais a fundo, eles parecem muito mais frágeis e desprovidos de um alto grau de inteligência — pelo fato da nave ter uma tecnologia bem ultrapassada.

Percebi que ele ainda estava vivo e que estava tentando se comunicar comigo. Já tinha lido sobre alguns idiomas que foram aprendidos sobre algumas espécies e consegui entender duas palavras: planeta... morrendo.

Quando a patrulha do meu planeta chegou, tive que me afastar para eles fazerem o trabalho deles. Corri em direção ao local que meu pai ficava para perguntar mais sobre aquela espécie. Ele, muito ocupado — como sempre —, me recomendou apenas um livro em nossa biblioteca. Dirigi-me rapidamente para casa e fui direto para lá.

Meu raciocínio e capacidade de análise sempre foram perfeitos, então, entendi com facilidade o que estava escrito. Aprendi algumas palavras a mais sobre o estranho idioma que eles utilizavam e me dirigi ao local que ele foi levado.

Por ser filho de meu pai, consegui fácil acesso ao local que ele estava. Comecei uma tentativa de comunicação com ele, que saiu até melhor do que eu esperava. Seu nome era Adam e estava à procura de um planeta ou civilização que poderia ajudar ele e a raça dele a escapar ou impedir a destruição do planeta deles. Ele me disse que alguns humanos — acho que isso provavelmente é como eles se denominam — ruins acabaram com todos os recursos de seu planeta e que agora os bons estavam tentando uma salvação. Depois de um tempo de conversa, ele teve que ser levado para um interrogatório — pobre "humano", acaba de ser interrogado por mim e sofrerá algo semelhante ou até pior.

Passando-se alguns meses, meu pai e todo conselho aceitou de braços abertos que os humanos que buscavam salvação se refugiassem em nosso planeta pelo fato do planeta deles não ter mais salvação. Aos poucos eles foram chegando e se misturando ao nosso povo. Sempre fomos um povo pacífico e nunca negaríamos ajuda a um necessitado, sendo do nosso planeta ou não.

Passando-se alguns anos, descobrimos que as reais intenções deles não eram boas. Estudaram nossa tecnologia e a roubaram para usar contra nós mesmos. Em uma tentativa frustrada de dominar nosso planeta, eles se viram obrigados a fugir. Por mais que sejamos um povo pacífico, faremos de tudo para proteger o local que vivemos.

Nessa fuga desesperada deles, eles levaram alguns dos nossos como prisioneiros e levaram algumas de nossas naves com toda a tecnologia que aprenderam com a gente. Por conta da nossa proibição de sair do planeta, o máximo que meu pai conseguiu fazer foi controlar os "corpos" que rodeavam nosso planeta para tentar atrasá-los, mas o medo de matar os nossos, o impediu de matar esses seres imundos que apenas queriam nos usar.

Como despedida, deixaram algo semelhante a uma bomba no local que meu pai costumava ficar. Concentrado em salvar os nossos, ele não percebeu isso e foi pego na explosão. Naquele dia eu perdi meu pai, minha confiança nos humanos e minha curiosidade neles. Eram apenas criaturas mesquinhas e horríveis. Tive então que tomar o lugar de meu pai e comecei a busca pelos nossos. Controlando os "corpos" que rodeavam nosso planeta, comandei que eles fossem pelo universo afora em busca de sinais de nossa essência. Foi onde encontrei em uma nave, um sinal da essência de um dos nossos. Enviei-o para salvá-lo, mas infelizmente ele foi abatido e perdi o contato.

Decidi então que isso era um sinal de guerra contra nós. Sem consulta aos anciões ou algo do tipo, decidi que eu mesmo iria até o local em que meu meteoro foi abatido. Quebrando uma de nossas regras mais antigas, saí do meu planeta e fui em direção ao local.

E assim... Começou minha jornada...

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