1° CAPÍTULO
Aquele primeiro beijo...
Estavamos ali, sentados naquele banco, era por volta das 15:30 da tarde, o sol não ajudava muito, o coração quase saltava pelos olhos, a boca ja estava seca, e minhas mãos soavam, e não era pra menos era nosso primeiro beijo estávamos certos daquilo apesar da pouca idade. Na tarde anterior passei horas pensando como seria, o gosto, o toque dos lábios dele aos meus num ritmo sincronizado. E estávamos ali ele me olhava de uma forma que me passava a certeza que seria o homem da minha vida. Os olhos se fecharam como se soubessem o que iria acontecer, e em frações de segundos, senti seus lábios tocarem os meus. Se querem saber não foi tão mal assim, parecia que a gente já tínhamos feito aquilo a diversas vezes, não queríamos deixar aquele momento passar. Era como se estivesse dando uma mordida naquele delicioso bolo que a vovó faz aos sábados. E só queríamos repetir àquilo cada vez mais, o tempo passo tão rápido que já estava escurecendo, não queria ir embora daquele parque, mas mamãe me esperava para jantar. Com aqueles olhos lindos , azuis feito aquele algodão doce que havia me comprado mais cedo, se despediu de mim e naquele banco sentado me viu sumir naquela bicicleta que o papai havia me dado no natal retrazado.
2° CAPÍTULO
Caidinha, caidinha por Bernardo.
Depois daquele beijo, veio muitos outros, eu confesso estava caidinha por ele, aos meus quatorzes anos. Mais foi em um dia que levantei cedo, desci às escadas correndo, comi aquela torta famossinha da mamãe e fui pro meu quarto me arrumar para ver Bernardo, esse era seu nome lindo como ele. Minha felicidade era tanta que nem imaginava o que aconteceria minutos depois. O telefone toco, tinha certeza que era ele, e era mesmo. Eu estava que não me aguentava, más a notícia quê ele tinha pra me dar mudaria tudo, tudinho mesmo! Quando atendı, ele me disse que mudariam pra longe e que não iríamos más nos ver, e me pediu compreensão. Eu paralizei, o telefone caiu dentre meus dedos, minha voz não saia eu ainda escutava ele dizendo , alo? Rebeca? A ligação caiu eu fiquei por minutos sentindo um turbilhaõ de sentimentos. Eu mesma nao entendia minha reação. Não era pra tanto eu só tinha 14 anos, mas me senti como uma de 33 que amou por 12 anos o mesmo homem ou quase ısso.
3° CAPÍTULO
Porque não dezoito?
Depois daquele draminha foi mais fácil aceitar. Tudo bem Bernardo não era tudo àquilo, eu era nova, iria aparecer mais Bernardos em minha vida. Era só ter paciência. Eu sabia que quando chegassem os dezoitos seria tudo diferente, mais emoçoes, coisas novas. Fiquei curiosa depois de uma reportagem sobre sexo que eu vi, em uma tarde que eu ainda chorava por Bernardo e comia chocolate. Talvez eu não era tão menininha assim,àquilo mexeu comigo, então procurei saber mais sobre o assunto, vi vídeos e confesso que me deu um certo nojinho, más a curiosidade de saber como era me dominava, séria um segundo primeiro beijo?
4° CAPÍTULO
A curiosidade mato o gato..
Se passaram algumas semanas, depois daquela reportagem eu via os meninos com outros olhos, havia um pouco de desejo, atração, mesmo conhecendo só por leitura. Mas eu sabia o que sentia, ou achava que sabia. Eu não tinha mais vontade de brincar com minhas bonecas. Fiquei um tanto assustada com tudo isso. Depois de alguns dias uma coisinha vermelha escorreu por minhas pernas, parecia sangue, me assustei não pude conter o grito. Mamãe subiu assustada até meu quarto e me perguntou o que aconteceu, Rebeca? Eu disse a ela que estava morrendo. Mas ela logo percebeu o que era e deixou um sorrizinho escapar pelo canto da boca e me disse:
- Filha, você não esta morrendo, só virou mocinha.
Eu não entendi muito bem, mas ela foi correndo ligar pra família TODA! ligou até pra falecida vovó, que Deus a tenha!
5° CAPÍTULO
MOCINHA?
Tudo era novo, eu mocinha? Não fazia nem dois meses que tinha acontecido aquele beijinho com Bernardo, e agora isso, quase pirei, beijo, adolescencia .. Até ontem era a princesinha do papai. Um dia escutei que quando virasse mocinha ja poderia ter um bebe, como seria isso.. viria pela cegonha? ovo da Páscoa? ou pelo papai noel?
6° CAPÍTULO
Recaida
Já havia passado meses que Bernardo tinha se mudado, eu confesso que senti uma beirinha de saudade. Nós crescemos juntos e... sim me deu saudade de Bernardo. Foi naquele mesmo dia mais tarde, que eu voltava da padaria, que notei pessoas se mudando para antiga casa de Bernardo, fiquei curiosa, havia um senhor, que me olhou e acenou, eu o retribui. Notei que meus pelinhos do braço se levantaram todos quando passei por ele. Com esse sol, como poderia sentir frio?
7° CAPÍTULO
VIZINHO...
Sabe, depois daquele dia, aquele homem sempre que me via acenava, e me olhava do jeito mesmo jeito que papai olhava para mamae, e depois subiam para o quarto e faziam aquele barulhinho.. (nhec nhec) .. Aquele homem.. eu tinha medo dele. Mas foi num final de tarde que eu voltava para casa e ele então me parou..
- Ola, menina linda. O que faz sozinha por aqui?
Eu nao respondi, mamae havia me dito que nao deveria falar com estranho. Mas ele insistiu ..
- A mocinha nao fala?
Os meus pes ainda parados ali nao se mexiam, eu paralizei, e ele chegou muito perto e passou a mao em meu rosto, e depois alguma coisa me tocou por trás, tentei correr, mas me segurou pelo braço e me levando para dentro daquela casa me disse:
- Ah! voce nao vai nao! Se comporte que hoje o titio vai te ensinar uma nova brincadeira. Eu nao sabia o que estava acontecendo, estava com medo e queria meus pais. Ele trancou portas, janelas, tudo, me sento no sofa e me pediu para esperar... Eu so queria sair daquele lugar!
8° CAPÍTULO
Nao tinha fim!
Comecei a chorar e então escutei algo vindo das escadas, sim era ele me recusei a me virar. Então ele parou na minha frente e estava vestindo nada! E aquele negocio no meio de suas pernas, me lembrava daquele filme meu pequeno elefantinho que assisti com Bernardo, quando tinhamos sete anos, mas nao era lindo, nem me fazia sorrir como Mingau. Eu estava assustada,suando com calafrios e comecei a gritar, ele colocou aquelas maos grandes e peludas em minha boca e me levou la em cima encostando aquele.... em mim . Eu chorava e gritava muito, mas nada resolvia e ele me segurava mais forte, nem papai nem mamae, so tinha aquele homem, um monstro, ele tirou minha roupa, e me beijava, passava aquela mao em mim como se eu fosse um objeto. Eu pedia pra parar, chutava mas tudo era em vao. Ele nao falava nada, nem parava. Então foi quando senti uma dor enorme, foi como quando cai daquela arvore, e quebrei a perna e papai veio desesperado me salvar, papai cade voce agora?! Foi nesse momento que me dei conta do que acontecia, nao era pra ser assim, nao era pra ser! NAO ERA!
9° CAPÍTULO
Caros dezoitos...
Quando me dei conta de tudo aquilo que havia acontecido eu ja tinha meus dezoitos anos, meu filho Teo, ja estava com quatro aninhos. Me lembrava de tudo aquilo como se houvesse acontecido naquele instante. Sim eu optei por nao abortar, aquela vida nao tinha culpa do que aconteceu comigo naquele dia. Hoje eu nao tenho mais ninguém alem do Teodoro. Mamae faleceu meses depois de saber o que aconteceu, papai tomou toda minha dor e matou aquele homem e hoje esta preso. Por uma obra do destino mal sucedida, minha vida mudou dos pes a cabeça, mas de uma coisa eu tenho a certeza que Teo nao veio so por acaso, ele vai ser diferente vai apagar todas essas memórias e ira me dar muito orgulho. A vida, tao nova me deu grandes problemas, mas hoje sao esses problemas que me dao forças pra continuar e sorrir! Talvez eu nao precisaria passar por aquilo, mas quem sabe foi necessário. Hoje vendo meu filho correr e brincar naquele mesmo parque que cresci, acabo a ultima pagina do meu diário.
Caros dezoitos ...