Não é fácil para mim andar por aí como se nada fosse. Não é fácil para mim ver os outros reagirem como se a vida fosse fácil de viver. Não é fácil para mim não saber quem sou, o que sou e porque o sou.
Almas que vagueiam neste mundo que os humanos ditam seu. Mundo este que nem humanidade possui.
Almas? O que é ter uma alma? Roubaste o melhor de mim! Sabias que preferia a minha alma ao meu coração. Sabias que preferia um coração partido a uma alma perdida. Não tiveste piedade do meu ser, vieste e desapareceste com o que era meu por direito."Acorda" Uma voz ecoou na minha cabeça, fazendo com que todos os meus pensamentos desaparecessem como uma nuvem de vapor. Os meus olhos pestanejaram vezes sem conta, trazendo-me de volta à realidade cruel em que vivia.
O meu coração palpitou, os meus lábios separaram-se por meros milímetros, o ar quente que saía pela minha boca fazia com que os mesmos se separassem gradualmente.
Encontrei-me perdida entre estrelas e cometas com a criação surreal que o universo pusera diante de mim.Lábios rosados, pele pálida como a neve, grandes pestanas, olhos de um azul luar e o cabelo negro como carvão que unificava toda aquela beleza, irradiando a palavra perfeição na minha mente.
"Desculpa, eu vou embora, não se preocupem, a sério desculpem..." Agarrei nos cadernos e livros espalhados em cima de uma das rampas daquele parque de skate.
A verdade é que recorria todas as tardes àquele lugar, pois proporcionava uma das paisagens mais bonitas da parte baixa da cidade. O verde das palmeiras e das imensas árvores, as mil e uma cores das casas, o azul do mar que rebentava na fina areia da praia, formavam um arco íris, uma paleta de cores, uma obra prima que enriquecia os meus olhos.
Haverá sítio melhor que aquele para se estar quando a mente e o corpo se encontram em desequilíbrio?"Não precisas de te ir embora, eu só queria que tomasses cuidado com as tuas mãos para nenhum de nós te magoar com as rodas de skate, podes ficar..." Novamente, encontrei-me perdida e atrapalhada com aquela voz rouca mas doce, com aquele sorriso que tinha um brilho de ouro e o rosto angelical com que me olhava. Rosto esse que suplicava pelo meu, ou então que eu tanto queria perto de mim.
Desci cuidadosamente aquela pequena rampa, evitando cair a todo o custo, pois o meu objetivo não era dar nenhum tipo de espetáculo. Não pronunciei uma única palavra, mas creio que não foi preciso. Os meus olhos focaram-se nos seus e os seus nos meus. Criou-se quase que uma ligação entre nós, até que a rede que envolvia todo aquele recinto nos cortou o contacto, fazendo-me baixar o rosto e retomar todos os meus pensamentos.
Eu não sei o que se passara há segundos atrás, apenas quero voltar, encarar aqueles olhos novamente e sentir o palpitar do seu coração como senti o meu. Eu quero, mas não posso...
(Antes de mais quero agradecer por teres perdido um pouquinho do teu tempo para ler isto.
Quero "avisar" que esta história se baseia, não por completo, em factos verídicos, que realmente aconteceram. E devido ao interesse que estes pequenos acontecimentos me despertaram e deixaram fascinada, achei que deveria partilhar uma das história mais bonitas que eu presenciei.
Agradecia desde já que fizessem um pequeno comentário crítico sobre este pequeno início. Não vos apelo por votos mas sim comentário! Muito obrigado)
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Who am I?
RomanceQual a vossa reação quando vos perguntam quem são e o que são? Vocês sabem dar uma resposta concreta? Sabem responder sem pensar duas vezes? Sabem o que são? Eu não sei. Eu não respondo dois segundos depois da pergunta. Eu não sei como encarar a pes...