one plus one, two for life

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Lembro-me perfeitamente de como era a minha vida antes de conhecer você, Wonwoo.

Estava sempre com aquele sorriso ladino nos lábios, pronto para atacar qualquer garota ou garoto que quisesse, todos aqueles casos de uma noite e nenhum amor ou carinho.

Na noite em que meus olhos puseram-se sobre seu rosto, eu estava com um copo com uma bebida colorida estranha nas mãos e pronto para ir até uma garota do outro lado do lugar. 

Não lembro o nome da bebida ou do rosto daquela garota, já que toda minha existência até aquele ponto pareceu insignificante.

Você, em suas roupas escuras, dentro de seu próprio mundo, avaliando ao redor à procura de algo que prendesse sua atenção, me olhou por apenas alguns segundos e eu ainda me lembro da sensação que tomou conta de mim, afinal, ela me perseguiria pelos próximos anos e seria sempre constante.

Talvez eu não tenha te amado a primeira vista, mas certamente seus olhos escuros me prenderam como ninguém havia feito antes. E, talvez o fato de que você não sorria tivesse me deixado intrigado. Afinal, as pessoas iam à festas para isso, não é?

E pela primeira vez, desde que eu podia me lembrar, eu senti medo de me aproximar de alguém.

Me recordo de ter ficado tão encantado e amedrontado com sua presença que só consegui ver você pelo resto da noite, mesmo que de longe e só notei que nunca mais conseguiria te ver quando os três rapazes que te acompanhavam – que mais tarde eu descobriria serem um só, como nós passaríamos a ser – o levaram para saída.

Naquele ponto eu simplesmente comecei a correr até lá, deixando meus amigos para trás e não me importando ao esbarrar em algumas pessoas por ali.

Mas meus pés não foram ágeis o suficiente e quando cheguei lá fora a única coisa que consegui ver foi um carro partindo, e seus cabelos negros como a noite podiam ser vistos no banco de trás.

Me chame de louco se quiser, mas os dias que se seguiram àquele eu o via em toda parte mesmo que não fosse realmente você, então não foi surpresa quando o vi mais uma vez saindo de uma livraria, com vários livros em suas mãos.

Me pergunto se tivesse deixado você escapar mais uma vez, Wonnie. O que seria de mim sem seus belos sorrisos? Sem poder tê-lo em meus braços durante as noites frias e sua voz rouca em minhas manhãs mornas?

O seu olhar confuso quando me ofereci para ajudá-lo foi o real primeiro contato que tive com você, tornando-se o meu favorito por uma breve fração de segundos, até que seus lábios se curvaram em um sorriso acanhado, em concordância.

Depois daquilo tudo que eu conseguia pensar era em como fazer você sorrir.

Todas as vezes que nos encontramos eu sentia, eu precisava mais que tudo, fazer com que seus lábios desenhassem a mais bela obra de arte que meus olhos já tiveram a honra de presenciar.

E assim começamos a construir uma relação que ultrapassava tudo. Tudo que eu já havia sentido, tudo que eu já havia visto e tudo que qualquer um no planeta terra já tivesse presenciado.

Os meses depois que começamos a sair foram um pouco difíceis para mim, eu admito. As saídas frequentes se tornaram cada vez mais escassas porque a pessoa com quem eu queria estar preferia um café no fim da tarde, buscar um livro antigo na biblioteca como se fosse um tesouro ou algum filme clichê no cinema.

Eu já me via totalmente apaixonado e bobo por você quando fomos em busca de um livro que se tornara seu favorito por aquela semana, em uma livraria próxima ao parque.

Dear wonnie «meanie»Onde histórias criam vida. Descubra agora