Sweet Disaster

Capítulo 1

Acho que a parte mais difícil de ser nova em algo é que todos já tem seus grupos formados, então você é a excluída, mesmo não sendo totalmente excluída.
Ser a novidade de uma escola nova não é exatamente a melhor coisa do mundo.
Enfim, meu nome é Baby, eu tenho 16 anos e eu to no último ano do colégio. Eu me formo esse ano e deixei meus amigos da antiga escola e vim pra São Paulo por causa do trabalho da minha mãe. Ela é professora do estado e recebeu aulas aqui, então saímos do interior e viemos para o movimento que é está metrópole.
Digamos que eu não sou a pessoa mais comum do mundo, eu sempre comprei minhas roupas pela internet e amo acessórios, maquiagens diferentes, unhas sempre feitas, saias, vestidos etc, tudo sempre inusitado, sempre bem diferente e colorido.
A primeira impressão que eu tive quando cheguei aqui foi a de que eu ia me dar bem, porque aqui tem gente de todo tipo, com todos os gostos.
Eu nunca estive tão enganada na minha vida toda.

"JULIANA! Já são seis e meia! Não posso me atrasar!" eu grito pra minha irmã, hoje é meu primeiro dia de aula, uma linda quarta, no meio de março. Minha irmã tem 21 anos e já dirige, então ela vai me levar hoje pra eu não precisar ir de metrô, mas eu vou voltar sozinha.
"Calma, criatura! Até parece que ta morrendo, só preciso achar as chaves e já vamos" eu dou as chaves na mão da Juh e caminhamos juntas até o carro. O trajeto até a escola é feito em silêncio. Eu estou usando uma saia azul, meias sete oitavos brancas, uma regata branca e um casaco. Estou tremendo de medo e ansiedade, nunca fui nova em nenhum lugar, e vir pra uma escola com tanta gente! Eu até perco o folego de tanta agitação.
"Boa sorte! E não esquece do seu remédio!" Juh fala.
"Obrigada, pode deixar." Eu respondo um pouco envergonhada, não quero que as pessoas saibam desse detalhe sobre mim. Entro no portão do Colégio Santa Clara, subo as escadas, respiro fundo, entro na sala de aula e escolho a primeira carteira que acho, no fundo, bem escondida, espero que não seja de ninguém. Aos poucos os alunos chegam, estou ansiosa, estou nervosa, mas confiante. Até que uma garota de cabelo rosa entra na sala, rindo com suas amigas, e eu não sei mais nem meu nome quando ela para na minha frente com aqueles caixos perfeitos e a boca brilhante:
"Prazer, meu nome é Carol, você é nova, não é?"