Belos dos meus olhos que percorriam o corpo daquela rapariga com garra. Os movimentos, ações e deslocamentos faziam inveja à primeira silhueta que aparecia. Os lábios dela carnudos e grossos davam cor aos dias cinzentos que passavam pela minha vida. As curvas, as feições, os traços e as linhas eram característicos de uma das avós dela, que já tivera partido para uma sequela da vida. A venustidade daquela pessoa fazia-se iluminar por as ruas de Ohio. Às vezes questionava o meu ser de como aquela rapariga transmitia tanto de si própria. O nome dela é Candice.
Era o primeiro dia desde que tinha regressado do Texas. Os meus 24 eram agora invernos, quase primaveras. Estudava no Texas, quase a tirar o integrado de gestão. O meu nome é Beezus, mas realmente é Beatrice. Ela estava com mais dois anos que eu, confesso que adorava a superioridade que ela demonstrava várias vezes por ser mais velha que eu. Sobretudo a energia e a coragem que tinha a confrontar todos os seus obstáculos. Vou deixar de falar sobre ela e deixar algumas qualidades falarem por si.
Uma coisa eu tinha certeza: Eu vim para passar um bom ano com ela, é fevereiro, um mês pequeno mas que tenha muito que lhe diga. É um mês diferente recheado de experiências e novidades. Um mês ótimo para passar com a Candice, conhecer mais sobre a universidade de Ohio, porque sim, eu vou mudar-me para cá para fazer o integrado mas ainda não lhe disse nada.
Olhei para o lado e estava a típica da minha namorada a comer um gelado com diversas cores sentada a meu lado. Decidi brincar um pouco com ela e barrei dois dedos de gelado no nariz dela, naquele momento apenas apeteceu dar a maior gargalhada de sempre, não só pelo riso contagioso que ela fazia mas pela felicidade que ela transbordava do frágil corpo que possuía. Ela olhou para mim e referiu qualquer coisa na qual eu nem sequer ouvi pelo devido hipnotizar que os olhos dela me faziam.
"E agora? Vamos para casa, sweetheart." Proferi com algum sotaque britânico para colocar um pouco de outro clima à conversa.
"Espera, acho que a Kid vem cá ter." Um sorriso rapidamente se esboçou nos lábios dela ao olhar o visor do telemóvel com que se encontrava nas mãos, o que me fez sentar no banco pois a mesma era a melhor amiga dela e já há algum tempo que isso me atormentava. Confesso que não me considerava ciumenta, mas uma rapariga junto da Candice colocava-me furiosa.
Ela rapidamente acabou o seu gelado que já estivera sem cor devido às lambidelas que ela lhe dava à medida que os segundos passavam. Pouco tempos ouço uns passos longos atrás da minha figura conseguem adivinhar quem se encontrava lá? A Kaydlin. Sim, a Candice chama-lhe Kid apesar de eu considerar isso ridículo, enfim. Ela têm um ar meio desgastado, olhos azuis bem vivos, com um estilo pouco feminino com um boné na cabeça como fazem os triviais rapazes da turma do meu irmão. Metia-me imensa raiva, não só pelo facto de despertar atenção à minha pequena como sabia todos os acontecimentos entre mim e ela. Apenas deixei um suspiro pouco pesado para não dar muito nas vistas e sussurrei.
"Não devia ter mesmo vindo." Rolei os olhos e chutei um pequena pedra que se encontrava naquela superfície desnivelada.
"Porquê?" A rapariga que me fascinava surpreendeu-se e olhou para mim com um ar de gozo sem qualquer intenção.
"Alguém não queria que eu tivesse vindo." Fez-se ouvir a voz da Kaydlin o que fez com que as minhas articulações começassem a trabalhar removendo-me daquele local com alguma rapidez. Não tive tempo de dar justificações a ninguém e a expressividade da Kid fez com que a minha barreira de segurança sobre o meu amor pela Candy se quebrasse com facilidade. De momento sentia-me incapacitada e pouco motivada.
Deixei-me guiar pelas luzes da estrada que se encontravam perto da minha temporária casa de mestrado. Reparei nas estrelas que me rodeavam e tentei escapar das sombras que me perseguiam: As imagens do meu psicólogico. Entrei na minha casa deixando-me arrastar por algumas paredes, deixando todos os momentos que ela tinha intervido invadirem a minha mente. Encontrava-me em baixo, pelo simples facto de a Candice não notar que existe algum vazio dentro de mim que me coloca até ao ponto de desconfiar dela mesmo.
O meu corpo caiu sobre os lençóis brancos com o perfume caseiro que se sentia assim que entrasse alguém no hall de entrada. Refugiava-me agora nas memórias que estavam concentradas em mim enquanto olhava a fotografia na moldura que se encontrava ao lado da minha cama. Conseguia sentir a textura das mãos da minha mãe já falecida. O consolar dela. O limpar das lágrimas. E sobretudo o afeto que ela me dava nos dias mais cinzentos. O medo apoderava-se do meu corpo. As minhas pernas infiltraram-se no meio dos lençóis e o sono desligou-me.
Beezus (Beatrice) as Selena Gomez.
Candy (Candice) as Candice Swanepoel.
Kaydlin (Kid) as Cara Delevingne.
Your Sincerely, Beezus.
VOCÊ ESTÁ LENDO
abstract // c.d
RomanceAbstrato é tudo aquilo que resulta de uma abstração de um alheamento. É o que só existe na ideia, no conceito. Baseada numa história verídica na qual eu faço parte. ©