- É, pois é.
Mais uma noite que vou chegar atrasada em casa pra ceia, isso só pode ser carma, depois do ano novo preciso me livrar disso.
Dizia Anne resmungando enquanto andava em passos atrasada no meio da noite.
- Nunca mais me encarrego de comprar os presentes das crianças sozinha, NUNCA! Todo ano é a mesma coisa, eu saio pra comprar os presentes no dia e não chego na hora da ceia com a minha famí...
Que barulho é esse? - Disse Anne assustada.
Enquanto Anne passava pelas ruas de sua cidade a noite, ouviu um gemido baixinho vindo do beco em que se deparou.
- Mas nunca vi esse beco aqui. - Disse Anne com uma voz assustada.
- Bem, vamos ver o que é isso né, já estou atrasada o suficiente pra ceia. - Disse Anne entrando no beco escuro somente com a lanterna do celular acesa e diversas bolsas com brinquedos.
- Olá, tem alguém aí?
- Alguém pode me escutar?
Então Anne ouviu um barulho numa pequena caixa de papelão no canto úmido e com um grande odor daquele beco.
- Ué, será que é um cachorrinho?
E chegando mais perto, ela conseguiu ouvir um choro bem baixinho e fino de bebê.
- Não é possível! Disse Anne com lágrimas nos olhos.
- Como puderam fazer algo assim? Isso é inacreditável.
Dentro daquela caixa estava uma bebê, mas não era uma simples bebê. Aquela criança, tinha cabelos vermelhos como fogo, e olhos bem negros como o ébano. Era uma criança recém-nascida.
- Quem te colocou aqui meu amor? Disse Anne pegando aquela criança no colo que já estava a ponto de entrar em estado hipotérmico.
- As pessoas não têm mais amor no coração, olha isso, essa criança poderia ter morrido aqui. Vamos, irei levá-la comigo.
Ao levantar a criança, Anne viu que em seu pescoço tinha uma correntinha, e que nela estava escrita:
"EMY"
